A governadora Izolda Cela (sem partido) não concorre à reeleição e evita destinar apoio direto à chapa majoritária do PT, de que se aproximou após preterimento do PDT pela sua candidatura. Elmano de Freitas (PT) e Jade Romero (MDB) são cabeça e vice, respectivamente, ao governo local.

“No momento, estou com foco no serviço. Desfiliei-me [do PDT] exatamente para não ter um compromisso partidário. Então, estou deixando o fluxo das coisas acontecer. O que me move muitíssimo é poder cumprir o meu mandato com responsabilidade e garantia dos compromissos assumidos. Deixa o fluxo da vida seguir”, disse a gestora em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 16, no Palácio da Abolição, após assinatura da sanção do novo piso para os agentes comunitários de saúde (ACS).

Na segunda-feira, 15, o Paraná Pesquisas divulgou um levantamento sobre as eleições deste ano no Ceará. Além das intenções de votos e rejeições, o instituto questionou eleitores sobre a avaliação do governo de Izolda, à frente absoluta do Executivo desde abril.

Os resultados mostraram que 59,7% da população aprova sua gestão, contra 26,7% de desaprovação. Outros 13,6% não sabem ou não opiram. Os números indicam um bom potencial da governadora de ser cabo eleitoral neste pleito, devido à boa avaliação de sua gestão.

Recentemente, Izolda rompeu com o PDT após o partido escolher lançar Roberto Cláudio à cabeça de chapa ao Executivo Estadual. Com isso, ela se aproximou do bloco do PT, coordenado pelo ex-companheiro de gestão Camilo Santana, também candidato ao Senado.

Apesar do rompimento, a governadora construiu, junto a Camilo, uma boa base no Legislativo Estadual, que vota medidas como as mudanças salariais dos ACS, que servem de vitrine para a sua gestão. Com isso, mantém bom relacionamento com os deputados pedetistas, entre outros partidos do bloco do qual fez parte.

De qualquer forma, os dois grupos reconhecem a força de Izolda na disputa. Ainda durante o período de convenções partidárias, representantes do PDT, como o próprio Roberto Cláudio e o presidente estadual da sigla, André Figueiredo, reforçaram que procurariam a gestora para pedir o seu apoio no pleito. Declarações do tipo pararam quando, na mesma semana, ela anunciou a desfiliação.

Do lado do PT, a chefe do Executivo Estadual já recebeu acenos do aliado Camilo e do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva. Este, líder de intenções de voto ao Planalto até aqui, disse em convenção do partido no Ceará o seguinte: ”Eu quero deixar um beijo para companheira Izolda […] Ela sofreu impeachment sem ser impeachment, ela só queria dar sequência, porque no Brasil, acho que não tem ninguém com a competência educadora que ela tem”.

Apesar da discrição, Izolda tem estado cada vez mais próxima do grupo petista, como mostrou a presença do presidente da Assembleia Legislativa, do Ceará, Evandro Leitão (do PDT, mas aliado da gestora), e de Elmano de Freitas na solenidade que a entregou o título de cidadã de Caucaia. O episódio ocorreu na última semana e contou com a presença também do prefeito Vitor Valim.