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26 de abril de 2025

Entenda o que está por trás da briga entre o prefeito de Caucaia, Vitor Valim, e seu vice

Enquanto Valim defende a venda de terrenos que não possuem efetiva destinação pública, Deuzinho é contrário à proposta. O projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Caucaia e registrado no Diário Oficial do Município no último dia 19
Foto: Divulgação

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Recentemente, a disputa entre o prefeito de Caucaia, Vitor Valim (sem partido), e seu vice, Deuzinho Filho (União Brasil), tem sido destaque, após acusações de que Deuzinho estaria utilizando verba pública para fins pessoais. No entanto, a maior rivalidade entre os dois políticos concentra-se na aprovação do projeto de lei que autoriza a venda de mais de 30 imóveis pertencentes ao Município, com previsão de arrecadação de R$ 60 milhões.

Enquanto Valim defende a venda de terrenos que não possuem efetiva destinação pública, Deuzinho é contrário à proposta. O projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Caucaia e registrado no Diário Oficial do Município no último dia 19.

A Prefeitura justifica a venda desses imóveis argumentando que a ação possibilitaria a construção de escolas, hospitais, espaços de promoção cultural e de lazer. Além disso, ressaltou que, caso os terrenos permaneçam desocupados, “poderão ser objeto de ocupação desenfreada por parte de particulares”. Em declaração pública na última semana, o prefeito denunciou o que classificou de “fake news” em relação às acusações.

“Tem duas leis, uma de número 324/2020, do dia 30 de dezembro de 2020 e outra de número 325/2020 de doação de terras públicas para o privado. E é isso que me assusta. Aqueles que foram omissos ou os que doaram imóveis públicos no apagar das luzes da gestão, hoje, dizem que estamos lapidando o patrimônio público”, afirmou.

Vitor Valim acrescentou ainda que a Prefeitura está cuidando do patrimônio público e reforçou que o leilão será de terras que não estão cumprindo o seu papel social e o valor dos terrenos será revertido em melhoria na cidade.

CRÍTICAS

Deuzinho, por sua vez, criticou a proposta de venda de terrenos por falta de discussão pública e conhecimento da população. A vereadora Enedina Soares (PT) também se opôs à proposta por ser votada de forma apressada, sem aprofundamento da discussão. O vice-prefeito também reclamou de ter sido expulso de seu gabinete na sede da gestão municipal e ter sofrido cortes no orçamento da vice-prefeitura. Ele acredita que há uma perseguição e diz que o orçamento foi diminuído.

“É triste ver uma situação dessa com ataques homofóbicos. Eu tenho família, pai, mãe e irmão. Todos nós ficamos ofendidos e receosos. Eu vou apenas apresentar uma ação popular para defender o povo da minha terra. Eu vou acionar a Justiça e todos os meios jurídicos possíveis. As acusações homofóbicas não vão ficar impune. Aos caucaienses, fiquem tranquilos, eu não tenho medo! Não vou admitir esses ataques“, ponderou o vice-prefeito.

O vídeo foi feito após um suposto funcionário, conhecido como Adriano Neguim, da gestão do prefeito, usar as redes sociais para acusar Deuzinho de usar o dinheiro do gabinete para pagar “gogo boys”. O termo é uma denominação usada para dançarinos especializados em entretenimento do público adulto.  “O dinheiro tem que ser cortado mesmo. Se for para fazer o bem da população de Caucaia”, afirmou.

Questionada pelo OPINIÃO CE, a Prefeitura de Caucaia não respondeu aos questionamentos até o fechamento da matéria.

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