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17 de fevereiro de 2025

Em pré-candidatura, Bolsonaro fala de luta do bem contra o mal

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Em evento do PL, presidente Jair Bolsonaro afirmou também que, às vezes, “embrulha o estômago ter que jogar dentro das quatro linhas [da Constituição]”, mas que o faz

Presidente se filiou ao PL no fim do ano passado (Foto: Reprodução/Facebook)

Em um evento com clima de comício antecipado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse neste domingo, 27, que a eleição de outubro não é luta da esquerda contra a direita, mas “do bem contra o mal”, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à frente nas pesquisas de intenção de voto.

“O nosso inimigo não é externo, é interno. Não é luta da esquerda contra a direita, é do bem contra o mal. E nós vamos vencer essa luta, porque estarei sempre na frente de vocês”, disse Bolsonaro durante evento do PL. Bolsonaro fez um discurso com roupagem de candidato à reeleição, ainda que isso não tenha sido mencionado.

“Se é para defender a democracia, a liberdade, eu tomarei a decisão contra quem quer que seja. E a certeza do sucesso é que eu tenho o exército ao meu lado. Este exército é composto de cada um de vocês.” Em outro momento, Bolsonaro afirmou que, às vezes, “embrulha o estômago ter que jogar dentro das quatro linhas [da Constituição]”, mas que o faz.

“Por vezes, me embrulha o estômago ter que jogar dentro das quatro linhas [da Constituição], mas eu joguei e não foi da boca para fora. E aqueles que estão do meu lado, todos, em especial os 23 ministros, eu digo isso, vocês têm a obrigação de, juntamente comigo, fazer com que quem esteja fora das quatro linhas seja obrigado a voltar para dentro.”

Esta não é a primeira vez que ele fala sobre quem atua fora da Constituição. Costuma usar a expressão como referência velada a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O evento contou com a presença de parlamentares, ministros e apoiadores do presidente.

A legislação eleitoral só permite campanha a partir de 16 de agosto. Comícios não são autorizados até lá. Eventos públicos de lançamento de pré-candidatura, situação não prevista na lei, também são vetados.

Em meio à crise que envolve a atuação de pastores na liberação de verbas do Ministério da Educação (MEC), Bolsonaro não fez menções diretas ao ministro Milton Ribeiro, alvo de investigação, mas afirmou que “buscam qualquer gota d’água para transformar num tsunami”. “Todos nós somos humanos. Podemos errar. Quem nunca errou que está na plataforma neste momento?”, afirmou no palanque.

MINISTRO FALTOU
Integrantes do núcleo da campanha de Bolsonaro dizem que a ausência do general Walter Braga Netto (Defesa) em ato que marcou o lançamento informal da candidatura à reeleição do presidente não altera os planos de que o militar seja o candidato a vice-presidente.

Oficialmente, a cerimônia foi um ato de filiações ao PL. Braga Netto não estava no evento, como era esperado por políticos. Os únicos representantes militares na cerimônia foram o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), que discursou, e o almirante Bento Albuquerque.

O ministro da Defesa não foi, segundo relatos, porque houve a avaliação de que, por ser titular da pasta que representa os militares, o ideal seria que ele não se expusesse e desse margem a questionamentos de atuação política de fardados. Além disso, houve o receio de que a presença dele no ato pudesse soar como lançamento de chapa e ferisse a lei eleitoral. (Folhapress)

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