A inflação dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Fortaleza em janeiro deste ano foi de 4,89%. O aumento geral acompanhou a alta nos preços de 10 produtos desse grupo, com destaque para o tomate (22,80%), o café (4,24%) e a banana (3,81%). Os dados são de levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A cesta em janeiro custou R$ 607,35 na capital cearense (considerando as quantidades padrões para os produtos), equivalente a 54,17% do salário mínimo dos fortalezenses após descontos para a Previdência Social. O valor dos alimentos, então, corresponde a uma carga de trabalho mensal de 110h e 15 minutos, de acordo com o valor do piso salarial nacional atual de R$ 1.212.
O Dieese ainda indica que, para suprir de forma suficiente as despesas do trabalhador e sua família (dois adultos e duas crianças), segundo determinação constitucional, “com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência”, seria necessário um salário mínimo de R$ 5.997,14. Esse valor é 4,95 vezes o piso atual.
Além disso, as variações semestral e anual da Cesta Básica em Fortaleza – 7,91% e 13,96%, respectivamente – mostram uma tendência de aumento nos preço dos alimentos. “Isto significa que a alimentação básica em janeiro de 2022 (R$ 607,35) está mais cara do que em julho de 2021 (R$ 562,82) e mais cara do que em janeiro de 2021 (R$ 532,97)”, afirma o balanço.
O aumento de 4,89% é o 4º maior entre as capitais brasileiras no período observado. O pódio é composto por (6,36%), Aracaju (6,23%) e João Pessoa (5,45%).
Altas em relação a dezembro
De acordo com o Dieese, dez produtos tiveram aumento de preço em janeiro, em relação a dezembro. São eles: tomate (22,80%), café (4,24%), banana (3,81%), farinha (2,97%), açúcar (2,51%), pão (2,23%), óleo (1,74%), carne (1,17%), feijão (1,09%) e manteiga (0,64%).
O feijão, inclusive, anda na contramão do observado na maioria das capitais analisadas pelo levantamento. O preço desse produto recuou em 12 cidades. “Para o tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, as retrações oscilaram entre -8,44%, na capital mineira, e -0,29%, em Aracaju”, mostra o Dieese.
Apenas em Campo Grande (2,68%), Goiânia (2,61%), João Pessoa (1,37%) e Brasília (1,13%), além de Fortaleza, houve aumento nesse valor.
Apesar disso, dois produtos da cesta básica, na capital cearense, apresentaram queda nos seus preços. São eles: o arroz (-0,79%) e o leite (-0,39%).