O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), afirmou em coletiva na manhã deste sábado (13) que os reitores das universidades estaduais o procuraram para dialogar acerca da greve aprovada em 27 de março para os profissionais das instituições. Conforme o chefe do Executivo, ele solicitou que os reitores conversassem com os sindicatos, a partir de uma decisão de suspensão da situação de greve.
“Estamos sempre abertos ao diálogo. Temos muito respeito aos servidores e achamos que é importante continuarmos a valorizar”.
Como completou o petista, a proposta de reajuste salarial dos servidores do Estado, de 5,6% a partir de julho, implica R$ 500 milhões de investimento na folha salarial. Ainda segundo ele, no entanto, para 2025, a repercussão será ainda maior, com o valor de R$ 1 bilhão. “Evidentemente, as categorias têm questões específicas. Solicitei que os reitores pudessem sentar com os sindicatos (…) para que pudesse retomar o diálogo sem a greve”, acrescentou.
No dia 27 de março, profissionais das instituições Universidade Estadual do Ceará (Uece), Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e Universidade Regional do Cariri (Urca) aprovaram a situação de greve. A conversa que o governador solicitou aos reitores seria com os sindicatos que representam cada entidade: SindUece, SindiUVA e SindUrca. Já no último dia 3 de abril, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) chegou a determinar que a greve dos professores da Uece deveria ser suspensa. A decisão foi tomada pelo desembargador Inácio de Alencar Cortez Neto, da 1ª Câmara de Direito Público do TJCE.
ELMANO RECONHECE DEFASAGEM, MAS RESSALTA LIMITE ORÇAMENTÁRIO
Ainda na coletiva, Elmano afirmou reconhecer que “há uma defasagem” no salário dos servidores. “Não vou deixar de reconhecer isso, porque é um fato”. No entanto, o petista afirmou que o Estado possui limites orçamentários, e por isso, não pode focar o orçamento do Executivo apenas nesta questão.
“Não posso, de maneira nenhuma, retirar a condição do Estado de poder fazer ações para os mais pobres e não fazer [ações como] o Ceará Sem Fome e a garantia de ampliação do plantão de cirurgia para fazer a cirurgia do povo cearense”.
De acordo com ele, o seu Governo tem que “compatibilizar” e tentar buscar uma coerência, visando garantir a melhoria dos servidores ao mesmo tempo que as demandas às famílias mais pobres do Ceará sejam atendidas. “Esse é o desafio que está posto para todos nós. O recurso [orçamentário] é do povo cearense”.
