Voltar ao topo

19 de janeiro de 2025

Elmano acena para PDT e dá cargo de líder do governo na Assembleia ao partido

Líder do governo será do PDT, mas indicação não é o suficiente para unificar o partido em torno de Elmano
Foto Beatriz Boblitz

Compartilhar:

A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) empossou nesta quarta-feira, 1º, os 46 deputados eleitos no pleito de 2022 e elegeu a nova Mesa Diretora, para a abertura da 31ª Legislatura (2023-2026). A sessão preparatória foi realizada pela manhã, no Plenário 13 de Maio.

A nova composição da Alece conta com 24 deputados estaduais reeleitos, enquanto 22 assumem mandato pela primeira vez no Legislativo estadual. Desses, a maior bancada é do PDT, com 13 deputados, seguido do PT, com oito nomes.

Os dois partidos, aliados históricos no Ceará, começam o ano com indefinições após a ruptura nas eleições de 2022. O governador Elmano de Freitas (PT) terá a missão de conquistar a legenda com a maior bancada da Casa para integrar a sua base e, para isso, poderá contar com a ação de Romeu Aldigueri (PDT), indicado para ser seu representante na Casa.

A indicação de Aldigueri como líder do governo, no entanto, não é o único passo necessário para unificar o PDT em torno de Elmano, assim como não foi suficiente a indicação de nomes do PDT para o secretariado. Isso porque há um entendimento de membros mais resistentes que os nomes escolhidos por Elmano tratam-se de uma escolha “individual”, e não para unificar os partidos.

O novo membro da Casa, deputado Antônio Henrique (PDT) destaca ao OPINIÃO CE que ainda não foi procurado pelo governador. “Até o presente momento eu não fui convidado para nenhuma conversa, então, assim, eu não tenho o que dizer, eu não tenho como falar porque não houve ainda conversa, desde as eleições, em outubro, até este presente momento, ainda não fui convidado para nenhum tipo de diálogo”, afirma.

“A escolha do governador pela liderança do governo ser do Romeu Aldigueri, do PDT, é uma escolha pessoal do governo, mas a bancada do PDT não foi ouvida, não teve nenhum diálogo”, relata ainda.

Com a escolha de Aldigueri, repetiu-se o conflito da escolha do secretariado. Os três deputados do partido (dois estaduais: Salmito Filho e Oriel Nunes Filho, e um federal: Robério Monteiro) foram convocados para o primeiro escalão do governo Elmano à revelia do comando da agremiação.

O atual líder do PDT na Casa, Guilherme Landim, fala com boa perspectiva sobre a possibilidade de aproximação com o governo. “Eu defendo que nós temos que dar um voto de confiança, o governo foi eleito em primeiro turno, tem todas as condições políticas e econômicas hoje de parceria com o governo federal de fazer uma grande gestão. Ao longo do tempo eu acho que os parlamentares vão conversando e a gente vai encontrar a melhor saída”, diz.

Sobre as ambições do partido na Casa, ele destaca: “Nós estamos lutando para que o PDT tenha a mesma quantidade de presidências que teve no mandato anterior, essa é a nossa luta agora. Em relação a quais comissões, foram seis na legislatura passada, então a gente quer, no mínimo, continuar com as seis, poder manter e, possivelmente, até ampliar”.

Já o petista Fernando Santana cravou que as duas legendas serão aliadas no Legislativo estadual. “Não tenho dúvidas que o PT e o PDT estarão juntos nessa caminhada de desenvolver o Ceará. O diálogo está muito forte”, diz.
Apesar das sinalizações, não há nada oficial e o cenário do pleito de 2022 poderá se repetir na nova legislatura: um PDT dividido entre apoiar ou não Elmano de Freitas. Nesta quarta-feira, 2, o governador participa de solenidade na Casa. Ele fará a leitura da Mensagem Governamental no Plenário 13 de Maio.

[ Mais notícias ]