David Mota
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De acordo com a Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará, o programa Plantão Cirurgias 24h, criado em outubro de 2021, realizou um total de 16.532 cirurgias eletivas até a última quarta-feira, 6, no Ceará. Cirurgia eletiva é aquela que é programada, não considerada de urgência, onde o médico agenda o dia e horário da realização.
Entre os procedimentos mais realizados estão artroplastia total primária do joelho (implante de prótese no joelho), colecistectomia videolaparoscopica (remoção de vesícula), facoemulsificação com implante de lente intraocular dobrável (cirurgia de catarata), nefrolitotomia percutanea (remoção de cálculos renais) e plástica mamária feminina não-estética (cirurgia de correção das mamas), afirma a pasta.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) foi procurada pelo OPINIÃO CE na quinta-feira, 7, e informou que havia pedido o levantamento dos mesmos números, no âmbito municipal, para a área técnica e que teria a resposta em 24 horas. Passado o prazo, não foram informados os dados.
Devido ao aumento de casos de covid-19 e de síndrome gripal, as cirurgias eletivas foram suspensas em todos os hospitais da rede estadual no início deste ano, sendo retomadas um mês depois, na metade de fevereiro. Os procedimento eletivos haviam sido suspensos no Estado em março de 2020, pela primeira vez, com a pandemia.
Na época, o Ceará contava com 20 casos confirmados de covid-19 e ainda possuía 259 casos sob investigação e outros 111 descartados. As cirurgias oncológicas, que são as retiradas de tumores – e aquelas cujo adiamento poderia resultar em risco de agravamento do quadro clínico do paciente, ameaçando a sua vida, independente da especialidade – continuaram sendo realizadas.
Devido às suspensões, cirurgias ficaram atrasadas, razão pela qual foi criado o Plantão Cirurgia 24h, com a expectativa de realizar 30 mil cirurgias eletivas em todas as regiões de saúde do estado do Ceará, sendo 20 mil na rede estadual e 10 mil em hospitais particulares.
Conforme os dados divulgados pela Sesa, o programa atingiu metade do seu objetivo, e conta com empresas contratadas para atendimento cirúrgico de média e alta complexidade em nove especialidades, além de um aplicativo para acompanhamento.
O lançamento do programa teve um orçamento de R$ 100 milhões. A plataforma Saúde Digital é o aplicativo utilizado para acompanhamento do paciente, além de saber o seu lugar na fila de espera, também conta com organização dos procedimentos e o histórico do paciente.
A reportagem questionou ambas as pastas sobre a situação atual da fila e a capacidade da rede de hospitais, porém, o órgão estadual não respondeu. O municipal informou que é um número dinâmico e que não tinha como realizar levantamento.