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24 de março de 2025

Eleições em Fortaleza: Cid quer PDT como cabeça de chapa e apoio do PT

Cid diz, no entanto, que há "controvérsias" quanto à escolha pela disputa de Sarto à reeleição
Foto: OPINIÃO CE

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O presidente interino do PDT Ceará, Cid Gomes (PDT), não descarta a aliança entre PDT e PT em Fortaleza no pleito eleitoral de 2024. O senador garante que está trabalhando para uma reaproximação das siglas. Mesmo reconhecendo a dificuldade da empreitada, Cid diz “sonhar” com o PDT ocupando a cabeça de chapa nas eleições municipais, tendo o apoio do PT. Para isso, Cid reforça, é preciso achar um nome agregador, que “represente um projeto” e agregue as demais siglas.

“Prefiro trabalhar em função de projetos, que pressupõem programas, planos, alianças partidárias e os nomes devem se sujeitar a essas duas premissas: um projeto para Fortaleza e uma aliança partidária. O nome deve ser consequência”, defende o parlamentar.

Segundo ele, a ideia é que o PDT tenha um candidato que consiga somar esses apoios. “Meu desejo claro, explícito e transparente é que a gente possa constituir uma aliança em Fortaleza em que o PDT tenha um cabeça de chapa e o PT apoie essa aliança. É um projeto utópico, muita gente acha que isso não é factível, mas eu vivo de sonhos. Se não for assim, eu já me retiraria da política. Na política, a gente tem que pensar o ideal e trabalhar para construir esse ideal. Para mim, o ideal nessas eleições municipais é que a gente possa reestabelecer, na plenitude, essa aliança, não só com o PT e outros partidos, como o PP, o PSB e outras siglas que têm sido tradicionais aliadas do PDT no Ceará.

Questionado sobre “pacificação” em relação ao nome de José Sarto para disputar a reeleição, Cid diz pondera: “há controvérsias”. A declaração, dada em entrevista exclusiva ao OPINIÃO CE, nesta segunda-feira, 18, em reunião do diretório do PDT, em Fortaleza, vai de encontro ao que foi defendido pelo presidente nacional em exercício, deputado André Figueiredo, sobre o apoio do partido a Sarto. Em julho, quando passou o comando do PDT estadual para Cid, Figueiredo foi contundente. “O candidato é o Sarto”, afirmou à época.

PT COMO CABEÇA DE CHAPA

O caminho para uma aliança no primeiro turno entre PDT e PT parece remota. Uma ala do PT encabeçada por Luizianne Lins e José Guimarães defende candidatura própria do partido em 2024. Três petistas já lançaram suas pré-candidaturas: a ex-prefeita Luizianne Lins, o deputado estadual Guilherme Sampaio, presidente do PT municipal na capital cearense, e a deputada estadual Larissa Gaspar. Um quatro nome ainda deve lançar pré-candidatura, o ex-secretário Artur Bruno. O grupo faz duras críticas à gestão de José Sarto na Prefeitura e dizem que uma aliança com o prefeito é inviável.

A cúpula do partido, no entanto, não descarta a possibilidade de outra sigla encabeçar uma chapa com o PT. “O PT não vai exigir que o candidato seja do PT. O PT está aberto a conversar com outros partidos, mas vamos apresentar excelentes quadros que poderão cumprir essa tarefa”, destacou o presidente estadual do partido, Antônio Filho, o Conin, em entrevista recente ao OPINIÃO CE.

SARTO E O ‘BOLSONARISMO’

Tanto na Assembleia Legislativa como na Câmara Municipal de Fortaleza, o grupo de Sarto e Roberto Cláudio tem adotado oposição ao Governo Elmano de Freitas (PT). Na Alece, três pedetistas – Queiroz Filho, Antônio Henrique e Cláudio Pinho – votam junto com a ala bolsonarista da Casa, como Carmelo Neto (PL) e Sargento Reginauro (União Brasil). Questionado sobre a aproximação de membros do partido com os bolsonaristas, Cid foi enfático: “Somos avessos ao bolsonarismo e achamos que ele faz muito mal ao país. Isso está por trás de um sentimento de uma direita conservadora, que tem características de egoísmo, de pouca empatia com o sofrimento das pessoas”, disse.

“Nós militamos em outro campo. Por isso, somos base do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. A gente pretende estabelecer o maior número de relações possíveis com os progressistas em todo o país“.

O senador pondera, no entanto, que, no âmbito local, não são descartadas proximidades com figuras que estão coladas no bolsonarismo. “O bolsonarismo raiz, em nível nacional, é execrável. Mas é claro que, na política, muitas vezes pessoas que se situam nesse campo partidário vinculado ao bolsonarismo têm até mais identificação conosco do que com o bolsonarismo, falando especificamente aqui do Ceará. Ter aliados no Ceará que são de partidos que deram apoio ao Bolsonaro, a meu juízo, não é um mal terrível”, defende.

A possibilidade aproximação tem limites. Cid Gomes destaca que alianças do PDT com Capitão Wagner (UB), Carmelo Neto e André Fernandes (PL), três pré-candidatos ao Paço Municipal, estão descartadas.

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