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14 de janeiro de 2025

Eduardo Bismarck confirma ele e o seu irmão, Guilherme, no Podemos: “nosso caminho é lá”

Os dois, que compõem grupo de filiados ao PDT que buscam na Justiça a autorização para deixar a sigla sem a perda do mandato, são filhos do presidente estadual do partido, o prefeito de Aracati, Bismarck Maia
Deputado federal Eduardo Bismarck. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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O deputado federal Eduardo Bismarck confirmou, em entrevista exclusiva ao OPINIÃO CE, que irá se filiar ao Podemos quando a Justiça Eleitoral permitir que ele deixe o PDT sem a perda do mandato. Ainda conforme o parlamentar, o mesmo vale para o seu irmão, suplente de deputado estadual, Guilherme Bismarck, também filiado ao partido trabalhista. Os dois são filhos do presidente do Diretório Estadual do partido no Ceará, o prefeito de Aracati, Bismarck Maia.

“Eu vou para o Podemos, meu pai é o presidente estadual. Guilherme também [vai para o Podemos]. O nosso caminho é lá”, disse Eduardo.

Ainda assim, o parlamentar frisou que, anteriormente, irá ouvir os “líderes maiores” do grupo político, como o senador Cid Gomes (PSB) e o ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana (PT). “Vamos ouvir todo mundo, mas o nosso caminho é para o Podemos”, ressaltou. A fala ocorreu após o PDT Nacional liberar os seus filiados a se posicionarem como bem entenderem no segundo turno das eleições de Fortaleza. Eduardo afirma “insatisfação” com “os rumos que o partido está tomando”.

Anteriormente também no PDT, Bismarck Maia se desfiliou do PDT em 2023 e se filiou ao Podemos em uma manobra do senador Cid Gomes.

SAÍDA DO PDT

O deputado federal Eduardo Bismarck destaca haver “posições incongruentes” com a história do PDT. Ele cita, neste ponto, filiados que vão apoiar um “campo ideológico adverso que é a extrema-direita”. Mesmo sem citá-lo, Bismarck fala sobre a candidatura de André Fernandes (PL), que ganhou o apoio de pedetistas como o ex-prefeito Roberto Cláudio e de seis dos oito vereadores eleitos para a Legislatura de 2025-2028 em Fortaleza. Bismarck apoia a candidatura de Evandro Leitão (PT) em Fortaleza.

De acordo com o parlamentar, é esperada uma reorganização do cenário político do Estado após os parlamentares dissidentes do PDT tomarem os seus caminhos. Segundo ele, o partido ao qual hoje faz parte deve diminuir. “Normalmente, uma eleição a gente faz pensando na próxima. Essa agora será um reflexo do que será daqui a dois anos”. Neste ano, o PDT elegeu apenas cinco prefeitos das 184 cidades cearenses.

“Não à toa o PDT está procurando, a nível nacional, uma Federação. Isso tem saído já em algumas notícias. Faz parte do jogo democrático, mas acho que o partido em si sairá, pelo menos no estado do Ceará, muito diminuído”, completou Bismarck.

JUSTIÇA ELEITORAL FAVORÁVEL AOS DEPUTADOS ESTADUAIS

No ano passado, 14 deputados estaduais – entre titulares e suplentes – receberam cartas de anuência para se desfiliar do partido. À época, o PDT era presidido, ainda, pelo senador Cid Gomes, que atualmente já se desfiliou e está no PSB. Na Justiça Eleitoral, o processo já tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde a ministra Isabel Gallotti negou recurso apresentado pelo Diretório do PDT Ceará e pela Executiva Nacional, contra a desfiliação.

Com isso, os parlamentares da Assembleia aliados de Cid ficam validados a se desfiliar do partido sem a perda do mandato. Dentre os nomes que agora possuem a permissão, está Guilherme Bismarck, o irmão de Eduardo. Confira os 14 pedetistas que podem deixar a sigla:

  • Antônio Granja;
  • Bruno Pedrosa;
  • Guilherme Bismarck;
  • Guilherme Landim;
  • Helaine Coelho;
  • Jeová Mota;
  • Lia Gomes;
  • Marcos Sobreira;
  • Oriel Nunes;
  • Osmar Baquit;
  • Romeu Aldigueri;
  • Salmito Filho;
  • Sérgio Aguiar;
  • Tin Gomes.

Boa parte destes devem seguir o caminho de Cid, se filiando ao PSB. Outro partido que surge como um possível rumo aos dissidentes é o PT. Romeu Aldigueri já chegou a ser convidado pelo deputado federal José Guimarães (PT) a integrar os quadros petistas. Ao OPINIÃO CE, o parlamentar não descartou que há a possibilidade. No Litoral Norte, região em que possui poder de influência, o seu irmão, o prefeito de Granja, Aníbal Filho; e sua companheira, Tainah Marinho, já estão filiados ao PT.

Oriel Nunes, licenciado do seu cargo como deputado por ser secretário estadual da Pesca e Aquicultura do Governo do Ceará, é outro pedetista que pode vir a se filiar ao PT. O parlamentar é integrante da família Nunes, liderança política de Icó. Lá, a prefeita Laís Nunes está filiada ao partido de Camilo Santana e do governador Elmano de Freitas.

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