Antinatural, o assombroso reajuste de 25% do custo da energia no Estado do Ceará foi autorizado pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica e se tornou o maior desde 2013. Um desses impactos mais primários é sobre o consumo das famílias. O aumento no preço da energia faz com que as famílias tenham menos renda disponível para o consumo dos demais produtos, o que causa uma redução na demanda doméstica. Em conjunto com uma inflação de próximo de 10% registrada em 2021, o exorbitante preço da gasolina, que supera os R$7,00/Litro e o gás de cozinha, esmagam o já apertado orçamento. Vamos falar de um tempo que não existe mais?
Estávamos a pouco tempo vivendo em uma era dos grandes eventos esportivos, com investimentos em infraestrutura com as obras do PAC, com previsões otimistas para as indústrias, comércio, consumo das famílias, entre outros tantos fatores que movimentam a nossa perspectiva econômica. Naquela época, com baixo desemprego comparado a curva histórica, falar em aumentos acima da inflação soava como que fora da realidade. Só para não deixar de citar, o aumento de energia, foram em torno de 10%.
Hoje, 2022, Ceará, nordeste do Brasil, plena retomada da economia depois de 2 anos de estagnação e inseguranças devido a pandemia do Covid-19, a ANEEL aprova um aumento que vai sacrificar o bolso dos pais e mães de família, para cumprir regras contratuais com os operadores do setor elétrico. Outro impacto do aumento do preço da energia elétrica é no custo das empresas que fabricam bens industriais. Diversos setores industriais são intensivos no consumo de energia elétrica em seus processos produtivos, de modo que um encarecimento da energia eleva significativamente seus custos. Aumento de custos geram aumento do preço final do produto, que por sua vez, vai ser absorvido pelo consumidor em cada compra que ele realizar. Enfim, somos refém de uma política de preços que não serve a população, mais a remuneração dos oligopólios de energia.