O textinho a seguir foi pinçado do segundo volume de Escravidão, trilogia de livros do jornalista Laurentino Gomes. Trata-se de uma impressão sobre os brasileiros e sobre o comportamento do Governo: “Os habitantes parecem saber bem pouco acerca dos requintes da vida, passando a maior parte do tempo na mais completa indolência e lendo pouquíssimos livros, pois o conhecimento não está no rol de suas preocupações. É política assente do governo manter o povo na ignorância, já que isso o faz aceitar com mais docilidade as arbitrariedades do poder”.
Parece atual? Pois saiba: o relato é datado de 1764. É atribuído à viajante e escritora britânica Jemima Kindersley. A caminho da Índia, em 1764, Jamima fez uma escala em Salvador (BA) e se impressionou com a relação (ruim) entre a população – predominantemente negra, escravizada – e os donos do poder.
Olhar
Jemima Kindersley era uma típica personagem da era colonial. Casada com um militar que servia à Coroa Britânica na Índia – na época, assim como o Brasil, uma fonte de riquezas explorada pela Europa -, tornou-se atenta observadora de gentes e costumes. Seus livros são referenciais na língua inglesa.
Tudo como dantes
O que ela escreveu sobre o Brasil é espantoso, tanto pela precisão quanto pela persistência. O texto aqui citado soma 258 longos anos. Sob o ponto de vista da autora, nada mudou.
Ideia
O Centro Industrial do Ceará, que na década de 1980 se prestou como trampolim para que um grupo de empresários jovens chegasse ao poder no Estado, tomou fôlego novo. O CIC está agora propondo a criação do que, em logística, se chama de “porto seco”. A estrutura seria uma conexão para que indústrias locais negociem com empresas da Zona Franca de Manaus (AM) com menores de custos, melhor fluxo de produtos e mercadorias e agilidade burocrática.
Solidariedade
O deputado Antônio Granja (PDT) assina projeto com o qual propõe que o Ceará crie um programa de conscientização e incentivo à doação de cabelos para pessoas em tratamento de câncer. A ideia, embora clonada de um texto já aprovado na Câmara dos Deputados, é de fato interessante e solidária.
Espaços
Esta Coluna também é publicada no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br). O jornalista Roberto Maciel ainda participa do podcast Papo de Cabeça, em canal no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e na plataforma Spotify. O podcast, trabalho conjunto com o jornalista Maurição Lima, reúne notícias, entrevistas e análises políticas.