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6 de novembro de 2024

E o Lula precisa de vice?

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Foto: Ricardo Stuckert/PT

Geraldo Alckmin (PSB), agora é o vice de Lula (PT)? Essa história de vice é muito interessante. Na eleição de 1960, empenhados em manter a aliança vitoriosa em 1955, o Partido Social Democrático (PSD) e o PTB escolheram como presidenciável o marechal Henrique Teixeira Lott e como seu vice, João Goulart (PTB). A União Democrática Nacional (UDN), com fome de poder e diante da dança dos partidos – Carlos Lacerda, um dos seus principais líderes, teria dito.

“O caminho da presidência passa pela casa do Dr. Jânio Quadros.” A coligação: PTN-UDN-PDC-PR-PL levou Jânio à POresidência, mas não o seu vice, Milton Campos. Mas como conciliar um governo com tamanha coligação conservadora e João Goulart, representante dos trabalhadores com o apoio do PCB? Deu no que deu.

Até aquele momento, o presidente mais votado de toda a história republicana em apenas sete meses tirou o time de campo, abrindo espaço para que o vice-presidente sofresse um golpe. Em 1969, com uma trombose cerebral, o general Costa e Silva afasta-se do governo.

Uma junta militar assume a Presidência e edita o AI-12 para impedir a posse do vice-presidente civil, Pedro Aleixo, que pretendia reformular os Atos Institucionais e reabrir o Congresso Nacional. Em 1989, vinte e nove anos depois da última eleição direta de 1960, Fernandinho Collor do Partido da Reconstrução Nacional (PRN) chega ao poder com seu vice, Itamar Franco. De fato, os dois desconhecidos do povo brasileiro.

Promessas como reconstrução, tradição, pátria e família, moralização das eleições, caçador de marajás, descamisados e tal e, a mídia de plantão, (leia-se TV GLOBO) o elegeu. Logo a farsa é revelada – corrupção documentada, impeachment de Collor e o vice finaliza o mandato tentando conter a onda neoliberal do antecessor.

Depois de ser vencido em três eleições para os Fernandos, Lula deu uma modernizada. Nos discursos, passou a pronunciar as palavras no plural e, quanto a estética, encurtou os cabelos e a barba e arrumou o paletó, mas sem a gravata. Com relação ao ideário político, econômico, social e coisa tal, todos já sabem.

É só lembrar quem era o seu vice. Caramba, que saudade de um vice como o José Alencar! Quanto ao vice da presidenta Dilma, pelo desmantelo que permitiu… é melhor nem lembrar. Mas o Alckmin como vice de Lula! Ele tem empatia, carisma? No Sul e Sudeste? E, agora, Platão, a política é uma técnica ou ciência?

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