O PSDB está se esfarinhando. E o Ceará, laboratório das pioneiras experiências político-empresariais do partido, não pode fazer nada para salvá-lo. Nem quer. O senador Tasso Jereissati, referência local da social-democracia, já anunciou que vai deixar o meio parlamentar e apoiar o ex-governador Camilo Santana (PT) na campanha ao Senado. Os restos do “ninho” estão ficando para o grupo comandado pelo prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (União Brasil), que investe na candidatura do deputado Wagner Sousa (Podemos) ao Palácio da Abolição e que nunca teve identificação com os tucanos. É crise que chama? É.
NO QUE DEU
O adiantado estado de decomposição tucana teve início quando o então senador Aécio Neves (MG), derrotado nas urnas pela então presidenta Dilma Rousseff (PT), em 2014, golpeou a democracia abrindo um sistemático boicote ao governo. A manobra foi abraçada com entusiasmo por nomes como Fernando Henrique Cardoso, Arthur Virgílio e Aloysio Nunes. Aliando-se ao PSDB, o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (então no MDB-RJ), deu o golpe final, articulando o impeachment. A consequência das maquinações, como se sabe, tem nome e sobrenome: Jair Bolsonaro (PL).
CONFRONTO
A Associação Cearense de Imprensa (ACI) virou alvo da cobiça bolsominion. Um grupo que se alinha ao pensamento e à prática conservadoras se articulou para tentar abocanhar a entidade, fundada há quase 100 anos e que se faz marcar pela defesa da democracia e da pluralidade.
MONTURO
O deputado Acrísio Sena (PT) avalia que o Brasil precisa reciclar, em nome de um meio ambiente saudável, pelo menos 2,6 milhões de embalagens por mês. Sabe o quanto se recicla? Acrísio responde: “Nem 5% disso.”
DORIA É SÓ COADJUVANTE NA TRAGÉDIA TUCANA
A constatação é óbvia pela quizila aberta no partido com a pendular situação de João Dória, governador de São Paulo, diante da disputa pela sucessão de Jair Bolsonaro (PL). Mas que se faça justiça: com ralo 1% de intenção de votos nas pesquisas, se debatendo em baixíssimos índices de aprovação da gestão, não foi com Dória que o desgaste começou. Na verdade, o animador de desfile de cachorrinhos (sim, ele fez isso!) que chegou ao Governo paulista com a exótica e oportunista composição “Bolsodória” é personagem de menor importância num palco caótico. Vai agora, meio que à força, tentar o que sabe que não tem como conseguir.