O Campeonato Cearense da Série A, que teve início no último final de semana, não contará com o clássico de Juazeiro do Norte, entre Icasa e Guarani, pela oitava vez consecutiva, o maior intervalo desde que os dois se profissionalizaram, na década de 1970. O Leão do Mercado, que foi derrotado neste domingo, 15, por 5 a 0 pelo Ceará, está presente na atual edição após ser campeão da Série B, em 2022, enquanto o Verdão do Cariri foi rebaixado no ano passado.
A última vez que os dois principais rivais da região do Cariri se enfrentaram pela elite do Campeonato Cearense foi em 2015. Naquela edição, houve dois confrontos — duas vitórias alviverdes. No último jogo, o placar foi de 1 a 0 para o Icasa, pela segunda fase do estadual, no dia 8 de março. O segundo maior hiato do confronto ocorreu entre os anos de 1998 e 2004, no período, o Icasa chegou a interromper suas atividades.
Icasa e Guarani permaneceram na Série A do estadual no ano seguinte, mas não se enfrentaram, pois o regulamento os dividiu em grupos distintos. O Verdão do Cariri chegaria a ser rebaixado em 2016 e só retornaria em 2021. Já o Leão do Mercado, teve o mesmo destino em 2019 e, no ano seguinte, amargou mais uma queda, desta vez para a terceira divisão.
Neste intervalo, o Clássico do Cariri ocorreu pela Taça Fares Lopes em três edições, de 2014 a 2016. No entanto, a última partida aconteceu no dia 30 de outubro de 2020, pela segunda divisão do estadual, no estádio Inaldão, em Barbalha. Aquela partida terminaria com vitória do Icasa por 3 a 1. Na avaliação do jornalista esportivo Toni Sousa, que acompanha de perto a realidade dos clubes do interior cearense, esta irregularidade ocorre pela falta de profissionalismo nas gestões de Icasa e Guarani, nos últimos anos.
“Há muitos torcedores, com boa vontade, que querem fazer parte da diretoria, mas não são do ramo e isso atrapalha até os empresários de investirem nas equipes”, pontua. O maior clássico do interior poderia acontecer este ano, mas o Icasa acabou sendo rebaixado após escalar irregularmente o jogador Leandro Mendes, que estava suspenso por receber três cartões amarelos.
Com isso, o Atlético Cearense se manteve na elite. “O Icasa fez campanha razoável e caiu por um jogo que não valia nada. É uma ação extremamente amadora. Não dá para culpar uma pessoa. É culpa da instituição”, completa Toni Sousa. O diretor de futebol do Icasa, Fabiano Rodrigues, que assumiu a função após o estadual do ano passado, prefere esquecer os erros da antiga diretoria e focar no retorno à elite. O clube já se prepara, há duas semanas, para a Série B do Cearense com a meta no acesso. “Investimos não só em atletas, mas na preparação, equipamentos para melhorar a performance, trouxemos um fisiologista. Agora é se preparar adequadamente”. A estreia do Icasa está marcada para o dia 5 de fevereiro, contra o Crato.
Já o Leão do Mercado tem como principal objetivo a manutenção na elite. “Foram 30 dias de preparação, amistosos e formamos uma boa equipe. A meta é não cair. Permanecendo, buscamos uma vaga no Campeonato Brasileiro da Série D. A nossa briga não é com o Ceará, mas com os demais clubes”, admite o diretor do Guarani, Suarez Leite Machado.