No domingo ensolarado, após pedalar na velha e inspiradora bicicleta, fiz o Pit Stop obrigatório, no seu Raimundo do Queijo. Logo, rolou um papo sociológico na tentativa de entender a campanha do tricolor, as torcidas organizadas, as variedades de torcidas e os estádios de futebol como terapia e desabafo dos cidadãos menos abastados e os alvinegros com aquela preocupação do jogo do Vozão na segunda. De repente, o rumo da conversa mudou e, no entreouvido da mesa, ouvi: “Anistia nem pensar. Tentativa de golpe de estado não tem anistia”. Na segunda foi só alegria. O Vozão venceu, deu um show na arquibancada e de público do campeonato local e nacional na história do velho Castelão, 63.908 presentes. De tanta alegria e emoção, os alvinegros e vovozetes dormiram feitos bebês no berço esplêndido da pátria-amada. Mas, na terça, dia 19, a pátria-mãe gentil, amanheceu nebulosa e triste com a notícia: “A Polícia Federal realizou a Operação Contragolpe, prendendo o major Rafael Martins de Oliveira, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima e o general da reserva Mario Fernandes”. Pois é, a “nossa pátria-mãe dormia distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”. A ação da Polícia Federal, surpreendeu e constrangeu liberais, conservadores e os que acreditam em fake. Na caminhada à oficina, perguntava-me: “Por que o inominável e seus filhotes ainda não tinham sido presos”? Ao chegar, o rádio da oficina repetiu a notícia com mais novidades: “No relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal afirmava que o plano era matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes do STF, idealizados e organizado em novembro de 2022”. O mecânico rebateu: “Pronto, só por isso os petistas vão dizer que o Bolsonaro estava envolvido”. O chamei e mostrei aquela reunião do dia 5 de julho de 2022 convocada por Bolsonaro, quando Mário Fernandes, diante do presidente e seus ministros, falou enfaticamente: “E daqui a pouco, nós estamos nas vésperas do primeiro turno. E aí, com a própria pressão internacional, a liberdade de ação do senhor e do governo vai ser bem menor. A população vai começar acreditar que “não”, então ‘tá’ tranquilo, o governo não tomou a medida mais radical, ‘tá’, tranquilo. Então, acho que realmente precisamos ter um prazo, para que isso aconteça… é importante avaliar essa possibilidade… para que uma alternativa seja tomada, como o senhor bem disse”. O presidente ouve tudo e não diz nada. Nem um, pare com isso! Nem defendeu o que está na Constituição Federal de 1988: “As Forças Armadas têm que fazer a segurança interna e garantir os poderes constitucionais e os governos eleitos democraticamente”. Como se bastasse, horas após a PF prender quatro membros das Forças Especiais do Exército e um próprio agente da PF, envolvidos desde 2022 na operação denominada de ‘Punhal Verde e Amarelo’, o filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, disse: “Planejar o assassinato do presidente Lula e de chefes de Estado “não é crime” e, ainda, ameaçou Alexandre de Moraes e o STF. E o cara é senador, do latim senatore, o senhor, o sábio, e não sabe da lei? Na Constituição Federal, de forma clara, traz no “Art. 1º São crimes contra o Estado e a sua ordem política e social os definidos e punidos nos artigos desta lei, a saber: Art. 2º Tentar: IV – subverter, por meios violentos, a ordem política e social, com o fim de estabelecer ditadura de classe social, de grupo ou de indivíduo; Parágrafo único. A pena será agravada de um terço quando o agente do crime for o Presidente da República, o Presidente de qualquer das Casas do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado…”. Em pleno o sucesso da proposta de Lula na cúpula do G20 de combate a fome, a notícia de um novo plano golpista no Brasil, em pouco tempo, passou a ser divulgado por agências internacionais e jornais do mundo todo. Acreditam, até o autocrata da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, se manifestou: “É muito importante que a justiça brasileira faça seu trabalho, que não se desvie da sua rota em defesa da democracia”. STF falhou ao permitir o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na permissão do julgamento de Lula em Curitiba e, agora, se vacilar, cai totalmente no descrédito.
Governo Federal afasta cerca de 4,5 mil crianças do trabalho infantil em dois anos
Deputados federais reforçam gravidade do problema, ressaltam longevidade política e enfatizam a importância da fiscalização para afastar crianças e adolescentes de atividades insalubres