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8 de dezembro de 2024

Dormia a nossa pátria-mãe sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações

A ação da Polícia Federal, surpreendeu e constrangeu liberais, conservadores e os que acreditam em fake

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No domingo ensolarado, após pedalar na velha e inspiradora bicicleta, fiz o Pit Stop obrigatório, no seu Raimundo do Queijo. Logo, rolou um papo sociológico na tentativa de entender a campanha do tricolor, as torcidas organizadas, as variedades de torcidas e os estádios de futebol como terapia e desabafo dos cidadãos menos abastados e os alvinegros com aquela preocupação do jogo do Vozão na segunda. De repente, o rumo da conversa mudou e, no entreouvido da mesa, ouvi: “Anistia nem pensar. Tentativa de golpe de estado não tem anistia”. Na segunda foi só alegria. O Vozão venceu, deu um show na arquibancada e de público do campeonato local e nacional na história do velho Castelão, 63.908 presentes. De tanta alegria e emoção, os alvinegros e vovozetes dormiram feitos bebês no berço esplêndido da pátria-amada. Mas, na terça, dia 19, a pátria-mãe gentil, amanheceu nebulosa e triste com a notícia: “A Polícia Federal realizou a Operação Contragolpe, prendendo o major Rafael Martins de Oliveira, o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima e o general da reserva Mario Fernandes”. Pois é, a “nossa pátria-mãe dormia distraída sem perceber que era subtraída em tenebrosas transações”. A ação da Polícia Federal, surpreendeu e constrangeu liberais, conservadores e os que acreditam em fake. Na caminhada à oficina, perguntava-me: “Por que o inominável e seus filhotes ainda não tinham sido presos”? Ao chegar, o rádio da oficina repetiu a notícia com mais novidades: “No relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal afirmava que o plano era matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes do STF, idealizados e organizado em novembro de 2022”. O mecânico rebateu: “Pronto, só por isso os petistas vão dizer que o Bolsonaro estava envolvido”. O chamei e mostrei aquela reunião do dia 5 de julho de 2022 convocada por Bolsonaro, quando Mário Fernandes, diante do presidente e seus ministros, falou enfaticamente: “E daqui a pouco, nós estamos nas vésperas do primeiro turno. E aí, com a própria pressão internacional, a liberdade de ação do senhor e do governo vai ser bem menor. A população vai começar acreditar que “não”, então ‘tá’ tranquilo, o governo não tomou a medida mais radical, ‘tá’, tranquilo. Então, acho que realmente precisamos ter um prazo, para que isso aconteça… é importante avaliar essa possibilidade… para que uma alternativa seja tomada, como o senhor bem disse”. O presidente ouve tudo e não diz nada. Nem um, pare com isso! Nem defendeu o que está na Constituição Federal de 1988: “As Forças Armadas têm que fazer a segurança interna e garantir os poderes constitucionais e os governos eleitos democraticamente”. Como se bastasse, horas após a PF prender quatro membros das Forças Especiais do Exército e um próprio agente da PF, envolvidos desde 2022 na operação denominada de ‘Punhal Verde e Amarelo’, o filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, disse: “Planejar o assassinato do presidente Lula e de chefes de Estado “não é crime” e, ainda, ameaçou Alexandre de Moraes e o STF. E o cara é senador, do latim senatore, o senhor, o sábio, e não sabe da lei? Na Constituição Federal, de forma clara, traz no “Art. 1º São crimes contra o Estado e a sua ordem política e social os definidos e punidos nos artigos desta lei, a saber: Art. 2º Tentar: IV – subverter, por meios violentos, a ordem política e social, com o fim de estabelecer ditadura de classe social, de grupo ou de indivíduo; Parágrafo único. A pena será agravada de um terço quando o agente do crime for o Presidente da República, o Presidente de qualquer das Casas do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado…”. Em pleno o sucesso da proposta de Lula na cúpula do G20 de combate a fome, a notícia de um novo plano golpista no Brasil, em pouco tempo, passou a ser divulgado por agências internacionais e jornais do mundo todo. Acreditam, até o autocrata da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, se manifestou: “É muito importante que a justiça brasileira faça seu trabalho, que não se desvie da sua rota em defesa da democracia”. STF falhou ao permitir o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, na permissão do julgamento de Lula em Curitiba e, agora, se vacilar, cai totalmente no descrédito.

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