O presidente do PSD do Ceará, ex-deputado e ex-vice-governador Domingos Filho, iniciou nesta semana uma série de encontros e diálogos para fortalecer a base partidária nas eleições deste ano. O clima pré-carnavalesco meio que embalou os compromissos na Região do Cariri – uma boa marchinha acaba sendo trilha sonora compatível com estes dias, por que não? Aos que se dão a observar os lances no tabuleiro político, é cabível perceber que a agenda do presidente do PSD – entre Juazeiro do Norte e Missão Velha – já aponta para um cenário consolidado, ou em consolidação, em Fortaleza.
Domingos não dá ponto sem nó. Se as conversas na Capital estão bem encaminhadas, nada mais natural do que as lideranças partidárias direcionarem atenções para o Interior do Estado, onde há lacunas e acertos aguardando soluções. As articulações de Domingos Filho estão coordenadas com o que o Palácio da Abolição planeja e quer. Afinal, é importante notar que as movimentações no PSD têm possibilidade de avançar não apenas no centro político, mas também no campo da direita. É que os órfãos do bolsonarismo estão secos por uma sombra moderada que os abrigue – se possível perto do PT mas não necessariamente dentro. É aí que entra Domingos, o que pode ser também a ignição de um rolo-compressor capaz de esmagar a pequena e confusa oposição. É interessante, então, que se apure o que virá depois do mandato de Momo.
NOVATO NO TOP
Ex-técnico em radiologia que se graduou em Medicina na Universidade Federal do Cariri há menos de quatro anos, Max Ventura é o novo presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará. Politicamente, é próximo da ex-presidenta do Simec, Mayra Pinheiro, bolsonarista conhecida como “Capitã Cloroquina”. Ele é legista da Perícia Forense do Ceará e foi eleito para o comando da entidade, em chapa única, com 87,66%. Quando estudante, vinculou-se ao movimento de extrema-direita Students For Liberty Brasil, relacionado nos EUA ao
ex-presidente Donald Trump.
“ENTENDER A VIDA E O MUNDO”
O perfil de Max Ventura na rede Facebook inclui a imagem de um cinto com os dizeres: “Olha aqui um facista (sic) de verdade nos teus couros severgoin (sic)”. Em uma foto com Mayra Pinheiro, publicada em 2017, ele anotou: “Ela tem me dado a oportunidade de entender a vida e o mundo”. Mayra se tornou célebre por, mesmo sendo médica pediatra, negar a importância da vacina contra a covid-19.
CAIXÃO E VELA PRETA
Do deputado bolsominion André Fernandes, na rede X: “A situação do Brasil: um presidente da república bandido, descondenado, comentando a operação da PF contra um homem honesto e seus aliados. Como tem gente que ainda acha isso normal? Cadê os presidentes Lira e Pacheco, que esbravejaram manter a ordem constitucional? Vergonha!”. A definição de “homem honesto” foi André quem deu a Jair Bolsonaro, não temos nada a ver com isso. Quem discordar, que cobre dele: dep.andrefernandes@camara.leg.br ou (61) 3215 5578.
COPIA E COLA
Outro bolsominion, Carmelo Neto, não se animou nem a escrever nada por conta própria até o fim da manhã – não foi além de uma nota que o PL emitiu. Preferiu copiar e colar texto de um sombrio vereador paulistano, Rubinho Nunes: “A operação contra Bolsonaro e afins deflagrada nesta manhã é completamente absurda, um desdobramento de um inquérito ilegal que impõe medidas restritivas – como não exercer função pública – sem qualquer base legal”.
LITERATURA POLICIAL
Quinta-feira passada, dia em que a PF retornou à casa de Jair Bolsonaro para novo “baculejo” em busca de elementos que provem mais ainda a criminosa ação contra a Democracia em 8.1, policiais prenderam o dono do PL, Valdemar da Costa Neto, com uma arma sem registro. Esse pessoal, pelo visto, é protagonista de um livro de mistério, ação e aventura: o Código Penal Brasileiro.