O presidente estadual do PSD no Ceará, Domingos Filho, candidato a vice-governador em 2022 na chapa de Roberto Cláudio (PDT), não descarta uma nova aliança em 2024 nas eleições municipais de Fortaleza e afirma que o seu partido não tem “objeção” e nem “veto” a nenhum outro.
Em 2020, a sigla apoiou o prefeito José Sarto (PDT), que deve tentar a reeleição. Ontem (30), quando cumpria agenda na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Domingos Filho falou sobre o cenário político para as eleições municipais do ano que vem. Entre as possibilidades levantadas, alianças com diferentes partidos e uma eventual candidatura própria do PSD.
“Se a gente pode fazer uma candidatura própria, é o melhor dos mundos. E se, a partir daí, a avaliação é de que a gente deve fazer uma aliança, e essa aliança possa ser com qualquer um dos partidos, nós não temos objeção e nem temos vetos a ninguém. Então, assim, estou assistindo, trabalhando o fortalecimento do nosso partido em Fortaleza e em todos os outros municípios para um momento adequado. Só vai ocorrer, evidentemente, no momento adequado”, declarou.
No parlamento, o PSD elegeu três deputados estaduais: Fernando Hugo, Gabriella Aguiar e Lucílvio Girão. Já na Câmara Federal, o partido tem Domingos Neto, Célio Studart e Luiz Gastão.
Sobre a possibilidade de lançar uma candidatura própria, Domingos Filho destaca o seguinte quadro: “Em Fortaleza, nós [o PSD] temos o deputado Célio Studart, que foi o segundo deputado federal mais votado da Capital. Temos o deputado Gastão Bittencourt [presidente da Federação do Comércio do Ceará, com forte influência na cidade]. Os nossos deputados estaduais têm as maiores votações também destacadas em Fortaleza. Tem muito tempo, portanto, e bases e quadros para poder oferecer”, acrescentou o presidente da legenda.
Entre as possibilidades de aliança para 2024, está uma composição com o próprio PT do governador Elmano de Freitas. Atualmente, a bancada do PSD na Alece já está na base governista e a aproximação é vista com bons olhos por Domingos Filho.
“O PSD foi convidado para formar um bloco na Assembleia Legislativa com o Partido dos Trabalhadores e com outros partidos, como o PSDB, Cidadania, para essa questão de formação interna na Assembleia Legislativa e dar um suporte naturalmente ao Governo. Ao tempo que se está num bloco que é liderado pelo PT, seria falta de razoabilidade você compor um bloco e fazer oposição ao governador Elmano, que tem dados sinais que quer recompor essa base”, defendeu.
Pragmática, a sigla tem adotado uma postura aberta às possibilidades. “Se o Governo dá sinais de que quer recompor isso, não será o PSD que vai declinar. Todo partido político pensa no poder. Aliás, o partido político existe para chegar no poder”, disse.
Domingos destaca ainda que, antes do rompimento entre PT e PDT no Governo do Estado, estava inserido “em um desenho que unia todos”. “A partir daí houve um rompimento com o PT. Nós do PSD, a gente não tem nada a ver com isso. Até porque nós estávamos dentro de um desenho em que unia todos. Evidentemente, seria um ato de fragilidade política e de incorreção pessoal, depois de estar composto no PDT, se eu abandonasse o Roberto Cláudio”, defendeu.
“Nós ficamos, portanto, até o final, mesmo sabendo que, a partir do instante em que um candidato do PT é carregado pelo Lula, pelo Camilo, com altos índices de aprovação, era muito difícil a gente ter chance de vencer as eleições. Mas nós ficamos até o final, lutamos com todas as nossas forças, mas perdemos as eleições”, concluiu.