O agronegócio cearense está revelando uma diversidade que surpreende o meio econômico e os estudiosos da área rural. A palavra empreender foi cultivada e está brotando no campo. Culturas e atividades antes pouco difundidas na nossa região estão ganhando mais espaço, alguns até inesperados. O Ceará de praias turísticas também abriga produção pecuária por entre dunas e água salgada.

A Fazenda Laguna, em Paracuru, no Litoral Oeste, nasceu há quase 3 décadas despretensiosamente. E aí veio a criação bovina para bancar as despesas. Não deu certo. Veio então a ideia de trocar bois por búfalos. O proprietário Nelson Prado não criou muita expectativa em torno dos animais grandes, rústicos e pesados. Mas eles surpreenderam! A resistência do búfalo ao clima semiárido e a alta produção de leite garantiram sucesso e sustentabilidade de uma das queijarias mais sólidas do Ceará.

O negócio ganhou apoio da família e cresceu. A Fazenda Laguna possui 205 hectares de terra onde já nasceram quase 4 mil búfalos extremamente dóceis e bem tratados.

A propriedade possui a produção bubalina verticalizada, abrangendo cria, recria, engorda, lactação e industrialização, pois possui um laticínio onde são feitos aproximadamente 25 produtos de origem bubalina e bovina. Mas o destaque gastronômico mesmo fica com os itens feitos a partir do leite de búfala: queijos tipo frescal, creme de leite fresco, ricota e coalhada. Os produtos já estão consolidados no mercado pela constância e qualidade da oferta. Bom para a cartela de produtos que chegam ao consumidor e para a economia regional.

A mão de obra queijeira gera emprego e renda para dezenas de pessoas da região, associando sustentabilidade e proteção ambiental. Um exemplo para o agro cearense e brasileiro. A Laguna, inclusive, vende sêmen de búfalas de alto padrão e grande produção leiteira para melhorar plantéis do Norte, Nordeste e Sudeste do país.