Voltar ao topo

1 de dezembro de 2023

Rádio opinião

Diagnosticando a seca: projeto que visa mitigar os efeitos da estiagem é apresentado no Ceará

O estudo é uma parceria entre a Ematerce, a Funceme e uma Universidade neerlandesa; em 2024, os efeitos do "Super El Niño" preocupam as autoridades e a população
Foto: Natinho Rodrigues

Compartilhar:

Visando mitigar os efeitos da seca no Ceará, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), em parceria com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e a Universidade de Wageningen, nos Países Baixos, apresentou os resultados do Projeto “Diagnosticando a seca: dimensões, dinâmicas e diálogos”. Para o próximo ano, os efeitos do “Super El Niño” preocupam autoridades e a população, principalmente em relação ao Interior.

Os resultados apresentados fomentam discussões para a integração entre pesquisa acadêmica e gestão pública. Segundo o estudo, busca-se melhorar a modelagem de previsão, tomada de decisões e a formulação de políticas públicas no que se refere aos impactos da seca. 

Leia mais: Ceará criará comissão para acompanhar os impactos do “Super El Niño”

De acordo com o secretário executivo do Desenvolvimento Agrário no Ceará, Marcos Jacinto, o objetivo é juntar as ações e desenvolver políticas “cada vez mais assertivas”, e que dialoguem com a realidade do semiárido do Estado, buscando gerar impactos positivos aos cearenses. A pesquisadora Louise Cavalcante também falou sobre a pesquisa, apontando para os impactos da seca na sociedade.

“O guarda-chuva desse projeto, o tema que perpassa vários componentes são as dimensões humanas na seca. Porque muito se fala de seca, dos aspectos físicos, da agricultura, da disponibilidade de água. Mas as componentes humanas, como a sociedade interage em um ambiente semiárido, a respeito das políticas públicas, dos agricultores e a relação deles com as diferentes disponibilidades hídricas, isso não é muito observado. Então, como um projeto de pesquisa, a gente produz conhecimento nessa direção, de entender como as dimensões humanas devem ser também”, explicou.

Ainda conforme Louise, foram identificados 3 mil tipos diferentes de impactos provenientes da seca. “A gente foi descobrindo que muitos impactos não são realmente relacionados à seca, tem muito a ver também com o bem-estar, com a renda dos agricultores”, completou. Como pontuou a pesquisadora, a vinda da Universidade neerlandesa ao Estado tem como perspectiva estreitar o diálogo entre a academia e o poder público, “para que o conhecimento acadêmico não fique na ciência, que ele também possa ser aplicado a nível local”.

[ Mais notícias ]