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6 de dezembro de 2024

Dia Nacional da Criança Traqueostomizada terá ações no Ceará e em outros seis estados

O encontro promoverá palestras e orientações para pais, cuidadores e a profissionais da saúde atuantes em traqueostomia
Foto: Wayne Evans/Agência Senado Federal

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O Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza, unidade vinculado à Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa), realizará nesta terça-feira, 14, um encontro de crianças traqueostomizadas e seus familiares, além de promover palestras e orientações para pais, cuidadores e profissionais de saúde atuantes em traqueostomia. A iniciativa marca o Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, celebrado em 18 de fevereiro e instituído pela Lei 14.249/21.

A ação faz parte da Campanha Nacional da Criança Traqueostomizada, que começa nesta segunda-feira, 13, por todo País, e é promovida pela Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe) em conjunto com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).

A presidente da ABOPe, Dra. Claudia Schweige, destaca que “o intuito dessa mobilização é dar visibilidade para essas crianças traqueostomizadas, chamando atenção sobre a importância da assistência profissional adequada a esse público, além de despertar o olhar dos governantes para suprir a demanda de profissionais especializados na rede pública, bem como capacitar pais e familiares sobre os cuidados que essas crianças precisam”, aponta.

Além do Ceará, as ações de conscientização ocorrerão em mais seis estados: Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. O evento reúne 11 centros especialistas no atendimento e na realização de traqueostomia em crianças. Além disso, haverá a distribuição de manuais sobre os cuidados com a traqueostomia em crianças.

Cuidados

Pacientes que passam por esse procedimento cirúrgico enfrentam um cenário complexo de recuperação. Além das famílias, é essencial que os hospitais também estejam preparados para o tratamento e cuidado, pois a falta de conhecimento na assistência adequada pode gerar complicações, como riscos de asfixia, infecções, danos na própria traqueia ou dificuldades na cicatrização.

Segundo Dra. Cláudia, após a alta hospitalar, “os cuidados, muitas vezes, deixam as famílias perdidas, principalmente para ajudar na respiração adequada, na troca regular da cânula, nas avaliações das vias respiratórias e há possibilidade da retirada da traqueostomia em algum momento, voltando assim a respirar pela via aérea superior”.

A médica destaca que, durante as ações nos estados, serão distribuídos manuais de cuidados e assistência que, somados às palestras nos hospitais, podem ajudar as famílias em um melhor manejo para essas crianças.

Dados

Um levantamento feito pela ABOPe e ABORL-CCF com os 11 centros especializados nesses atendimentos revelou que, em 2022, 318 crianças de 0 a 3 anos realizaram o procedimento de traqueostomia no Brasil. Em 2021, 257 crianças passaram pelo procedimento.

A traqueostomia é um procedimento cirúrgico que cria um orifício de abertura da traqueia para promover uma rota alternativa à passagem de ar até os pulmões, restabelecendo a respiração do paciente. A técnica é aplicada em pessoas que sofrem com a obstrução das vias aéreas superiores ou que necessitam de suporte ventilatório prolongado por complicações que as impedem de manter a respiração espontaneamente. As informações são do Estadão.

Entre as causas que levam as crianças ao procedimento estão:

  • estenose (estreitamento de laringe ou traqueia) por intubação prolongada;
  • disfagia (dificuldade em deglutição);
  • problemas como cardiopatia, doenças pulmonares e neurológicas;
  • múltiplas malformações craniofaciais;
  • malformações em vias aéreas; e
  • anomalias vasculares.

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