Juazeiro do Norte vive a romaria de Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade caririense. Embora as romarias venham sendo retomadas gradativamente depois da pandemia, esta é a primeira sem restrições sanitárias. Um grito de “liberdade.” Um reencontro do povo romeiro com o Padre Cícero e com a Mãe das Dores.

A atmosfera de fé é inerente a Juazeiro. Com ou sem restrições, aquele é um reduto sagrado. Mas, claro, não há nada igual às romarias de multidões. É como se a fé se multiplicasse e ganhasse força pela presença. Há ainda a celebração do início do processo de Beatificação do Padim, autorizado pelo Vaticano.

O devoto necessita de contato com a terra que ele considera santa, com o lugar que o conecta com sua fé. Talvez por isso, viver uma experiência romeira seja tão forte. Para além do aspecto religioso, há tudo o que gira em torno dele, como a “economia da fé”. A movimentação no município gera renda para o comércio, para o setor de serviços, para a rede hoteleira e para os cidadãos que, de uma forma ou de outra, aproveitam a movimentação para fazer renda – da venda de imagens de santos à preparação de refeições caseiras para alimentar corpo e mente.

O correspondente do OPINIÃO CE, Antonio Rodrigues, traz acima um olhar mais profundo sobre a “economia romeira” e uma leitura sensível da atmosfera de fé em Juazeiro. Há sempre o que mostrar e o que observar e, mesmo para quem vive na cidade, cada novo ciclo traz novas imagens, novos sentimentos e novas histórias.

Aqueles que vão a Juazeiro, experimentem libertar o olhar, observar, apenas isso. Certamente, haverá comoção, emoção. O tempo é de resgate e contemplação. As orações silenciosas e aquelas em coro falam muito sobre a necessidade do homem de buscar a paz e o conforto pela fé. Essa entrega é de dentro para fora, é única, mesmo que vivenciada em meio a uma multidão.