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6 de novembro de 2024

Deputado da base governista chama União Brasil de “puxadinho do bolsonarismo”

O pré-candidato ao Governo do Ceará, Capitão Wagner, anunciou ontem (16) a composição do partido no Estado.
Ao lado direito, o deputado estadual Acrísio Sena (PT) e à direita Capitão Wagner (UB). Foto: Reprodução

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O deputado estadual e uma das lideranças da base governista na Assembleia Legislativa do Ceará, Acrísio Sena (PT), comentou o anúncio do deputado federal Capitão Wagner de que ficaria com a liderança do União Brasil no Ceará. O principal nome da oposição no Ceará realizou entrevista coletiva ontem (16), em Fortaleza, quando anunciou o comando da sigla, a composição do diretório estadual e a sinalização de que o partido não fará palanque exclusivo para o presidente Jair Bolsonaro (PL) no Estado. Para Acrísio, apesar da sinalização, o União Brasil funcionará como um “puxadinho do bolsonarismo”.

“O parlamentar chega com a missão de comandar o partido, que através de arranjos comuns nos períodos que antecedem as eleições, já é o maior do país. O que chamou atenção na coletiva foi a declaração do deputado de que a sigla terá um ‘palanque amplo nas eleições de 2022′”, disse o petista.

Em nota enviada ao OPINIÃO CE na manhã desta quinta-feira (17), o parlamentar afirmou que o pré-candidato ao Governo do Estado pelo bloco de oposição “comandou a campanha de Bolsonaro em 2018 no Ceará, recebeu apoio do presidente nas eleições municipais de 2020 e, mais recentemente, acompanhou Bolsonaro nas visitas ao estado e teceu elogios à gestão presidencial, definindo-a como de grande estadista”. Baseando-se disse, o petista acredita ser “difícil dizer” que o partido não aglutinará “as mais diferentes vertentes do bolsonarismo” no Ceará.

Leia também | O que muda no xadrez político do Ceará com Wagner na liderança do União

Estratégia de Campanha

Para Acrísio, o anúncio de Wagner de alguma forma pressiona partidos da base governista a dialogar sobre as estratégias de campanha. “Essa movimentação serve de alerta para que PT, PDT e demais partidos da aliança democrática e popular que compõe o governo Camilo sentem para dialogar sobre as estratégias de campanha, plano de governo e mobilização da base de apoio. É hora de chamar as forças progressistas à responsabilidade para o grave momento que se aproxima”, frisou. Em entrevista recente ao OPINIÃO CE, o cientista político Emanuel Freitas destacou que o anúncio do comando do UB alerta para a ncessidade da definição de um nome no bloco governista.

Atualmente, disputam a cabeça de chapa os pedestistas Izolda Cela (vice-governadora); Roberto Cláudio (ex-prefeito de Fortaleza); Evandro Leitão (presidente da Assembleia Legislativa do Ceará) e Mauro Filho (deputado federal).

“A disputa não será fácil, como algumas lideranças chegaram a defender. É preciso agir, ganhar as ruas, mobilizar as entidades da sociedade civil comprometidas com a democracia. O povo brasileiro não pode continuar sendo vítima de tamanho retrocesso”, finalizou Acrísio.

“Nome do bolsonarismo”

Questionado pela reportagem se seria o principal nome do ‘bolsonarismo’ no Ceará durante evento realizado nesta quarta-feira em Fortaleza, o pré-candidato Capitão Wagner avaliou não poder fazer essa análise. “Tem que ser feita de fora para dentro, não sou eu que vou definir. A gente tem o André [Fernandes – PL], que é muito ligado ao presidente, está na casa do presidente e tem uma grande proximidade. O próprio deputado Delegado Cavalcante [PL] também. Então, não serei eu a fazer essa classificação, quem é mais ou menos, estou muito tranquilo em relação a isso”, pontuou.

Durante coletiva de imprensa, Wagner adiantou que o partido deve manter um palanque amplo em relação ao cenário nacional. O diretório nacional do União Brasil já anunciou que deverá ter candidatura própria à presidência. Outros quadros que podem ser incorporados à oposição no Ceará também devem lançar nomes próprios em nível nacional. É o caso do Podemos, por exemplo, cuja principal figura no Estado é o senador cearense Eduardo Girão. O partido é a agremiação do ex-juiz e pré-candidato ao Palácio do Planalto Sergio Moro. Também inclui-se o próprio PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, que tentará reeleição.

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