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13 de janeiro de 2025

Depois de exterminada a última nação indígena!

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No dia 25 de abril dei conta pelo velho e bom rádio do estupro e assassinato de uma menina Yanomami de 12 anos por garimpeiros na comunidade de Arakaçá. Indignado, lembrei que a poucos meses os telejornais haviam mostrado garimpeiros atirando em mulheres e crianças de uma lancha numa aldeia Yanomami. Todos os países, ditos civilizados já sabem e têm consciência da exploração ilegal nas terras indígenas e, em especial, na Terra dos Yanomami. Há, na verdade, uma disputa dentro da Terra Indígena Yanomami entre mineradores e garimpeiros, por um território maior do que a Bélgica (mais de 3 milhões hectares).

Depois das denúncias feitas sobre o estupro e assassinato da menina e do desaparecimento dos 25 yanomami pelo O Condisi-YY, (órgão que tem a função fiscalizar as ações do Ministério da Saúde no Distrito Sanitário Especial Indígena), foi montada uma expedição composta pela Policia Federal, a Funai e outros órgãos federais. Ao retornarem divulgaram um documento afirmando que não haviam sido “encontrados indícios materiais da prática dos crimes de homicídio e estupro ou de óbito por afogamento”. Mas, e aí, como explicar as pistas de pouso e todos aqueles aviões dentro da Terra Yanomami?

A Constituição Federal não vale mais nada? Afinal, agora, a PF é polícia política? É preciso a intervenção da Unicef exigindo urgência e prioridade nas investigações pelas autoridades competentes brasileiras para que haja identificação e responsabilização no caso. Que país é esse? No século XVI, a avidez e a ganância dos espanhóis pelo ouro dos indígenas da América, levaram o conquistador e assassino, Francisco Pizarro degolar o inca Atahualpa e lhe cortar a cabeça, arrancando-lhe antes um resgate em “pilhas de ouro e de prata que passavam mais de vinte mil arcos de prata fina, um milhão e trezentos e vinte e seis mil escudos de ouro finíssimo” segundo Eduardo Galeano.

O frade espanhol, Bartolomé de Las Casas, “defensor dos índios” disse ter presenciado em seus relatos, os soldados espanhóis cortarem os narizes, as orelhas e os lábios das crianças indígenas que jogavam para os porcos comerem. Além dessa violência os europeus traziam consigo, como pragas bíblicas, doenças como a varíola e o tétano, várias doenças pulmonares, o tifo, a lepra, a febre amarela que levavam a morte as populações indígenas logo no primeiro contato com os homens brancos, segundo Darcy Ribeiro. No século XXI, o genocídio é estampado com pistas de pouso, aviões, lanchas, pistolas, metralhadoras e, assim como no passado – com direito a estupro de mulheres indígenas e, agora, de criança e nada acontece.

Cadê, o STF, o guardião da Constituição? Por onde anda o Congresso Nacional? Vixe, agora lembrei que ele é comandado pela turma do BBB, Boi, Bala e Bíblia (não necessariamente nessa ordem). Será que a turma da Bíblia está achando tudo isso bonito? Viva e Parabéns a Todos as Mães!

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