Otriste dia 7 de outubro, quando o braço terrorista do Hamas assassinou e sequestrou, inclusive mulheres e crianças israelenses, está modificando a geopolítica da nova “paz armada”, que ao parece voltou. Os incomodados com o silêncio e omissão dos aliados históricos, os países árabes em relação ao massacre do povo palestino, talvez tenham ficado animados com o ataque do Irã a Israel. Os mais lúcidos também devem saber que um conflito declarado entre Israel e Irã terá consequências políticas e econômicas para o mundo. As manifestações em universidades norte-americanas já vinham acontecendo logo após o trágico 7 de outubro e início dos conflitos entre o Estado de Israel e o Hamas. Nos Estados Unidos, estudantes universitários iniciaram protestos pró-Israel ou pró-palestinos em muitas universidades.
Hoje, mais de 34.400 palestinos foram mortos, sendo a grande maioria de civis. Realidade que causa tristeza em cristãos e não cristãos. Mas, que também provoca revoltas, contestações, manifestações, rompimentos diplomáticos e por aí vai. A democracia norte-americana, que já foi estudada pelo pensador, político e escritor Alexis de Tocqueville em seu livro “A Democracia na América” lançado em 1835, há muito tempo vem se mostrando estranha. Pois é, o país que incentivou a imigração de estrangeiros ao defender a propriedade privada, a liberdade religiosa e a liberdade de expressão, não aceita manifestações estudantis que questionam os interesses do capital e as decisões geopolíticas pró-Israel do governo Biden.
As reações sociais, políticas e ideológicas já estão acontecendo pelo mundo diante da repressão aos estudantes e professores universitários. Os protestos e acampamentos da Universidade de Colúmbia chamam mais atenção. A Universidade é uma instituição privada e uma das mais prestigiadas do mundo, em ensino, importantes pesquisas e referência nos cursos de Direito, Administração, Medicina, mas também pela tradição de ativismo político. Segundo as mídias: “No dia 25, uma professora de 63 anos foi presa após se juntar a um protesto contra a guerra na Faixa de Gaza. Ela é chefe do Departamento de Filosofia de uma Universidade em Atlanta. Autora de um livro sobre política autoritária. Ela foi levada, algemada por um policial que cobriu o rosto com uma balaclava”.
Outro professor universitário de filosofia, Herbert Marcuse, influenciou com suas ideias e participou dos movimentos estudantis de 68. Naquele momento, o cerceamento das liberdades individuais, o fim da Guerra Fria e o massacre do imperialismo estadunidense levaram os jovens às ruas. Hoje, nos EUA, os jovens ativistas universitários ameaçam a eleição do “democrata” Joe Biden ao criticarem e defenderem que: “Empresas norte-americanas que fazem negócios em Israel ou com organizações israelenses são cúmplices da guerra em Gaza. O mesmo vale para as faculdades que investem nessas empresas”, “a universidade, pare de investir fundos naqueles que lucram com o genocídio em Gaza. Não vamos sair até conseguirmos” e o “cessar-fogo em Gaza e a liberdade para o povo palestino”. E agora, Biden, Israel e o mundo?