No Ceará, projeção é de que PSDB seja um dos partidos mais impactados durante janela partidária, aberta no último dia 3
Rodrigo Rodrigues
rodrigo.rodrigues@opiniaoce.com.br

O senador Tasso Jereissati (PSDB), um dos três senadores cearenses com mandato, volta ao Senado nesta semana com a missão de mostrar um PSDB relevante novamente. Na retomada, Tasso deve priorizar a formação das chapas estadual e federal para as eleições de outubro próximo.
No Ceará, a projeção é de que o partido seja um dos mais impactados durante a janela partidária, aberta no último dia 3. O OPINIÃO CE adiantou, em fevereiro último, que ao menos cinco nomes de peso devem deixar a agremiação, a maioria em direção ao União Brasil.
A reportagem apurou junto a fontes do partido que a debandada faz com que as lideranças se movimentem para tentar uma reformulação da legenda, que já foi uma das maiores do Estado. A estratégia do partido, coordenada internamente pelo senador e também pelo presidente estadual da agremiação no Ceará, Luiz Pontes, começa pelo fortalecimento das Comissões Provisórias. Pontes está participando de encontros com lideranças políticas de todo o Ceará de olho nessas movimentações. Uma das primeiras novidades no Estado vem do Cariri.
Na última sexta-feira, 4, o PSDB oficializou Wilton Almeida, ex-secretário de Saúde e Educação de Juazeiro do Norte, como presidente da Comissão Provisória no município, hoje governado por Glêdson Bezerra (Podemos). Juazeiro do Norte, com 174.604 eleitores, é o maior colégio eleitoral do Interior e terceiro do Ceará, atrás apenas de Fortaleza (1.821.382) e Caucaia (222.128).
ESTADUAL X NACIONAL
Tasso estava afastado há quatro meses para cuidar de “interesses pessoais”, período em que trabalhou na pré-candidatura do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), nas prévias do partido. No seu lugar no Senado, estava Chiquinho Feitosa, que liderava o antigo DEM no Ceará, coligação que se fundiu ao PSL para a criação do União Brasil.
Tasso é o principal nome do PSDB no Ceará e tem papel fundamental na reformulação da sigla em níveis nacional e federal. No Ceará, o PSDB está perdendo ao menos cinco nomes de peso. Entre eles estão a deputada estadual Fernanda Pessoa, líder do PSDB na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), e o também estadual Nelinho, que já anunciou sua saída para o MDB.
Os dois nomes são os únicos psdebistas no Legislativo cearense, atualmente. O prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PSDB), é outro que deve migrar para o União Brasil. Na Câmara Federal, também são previstas baixas: Danilo Forte (PSDB), um dos principais nomes do partido na atual conjuntura, está de saída da sigla, conforme apurou a reportagem.
Por outro lado, quem pode chegar é o próprio suplente de Tasso no Senado, Chiquinho Feitosa. Caso não fique com a liderança do União Brasil no Ceará, Chiquinho deve ir para o PSDB e tentar uma vaga na Câmara Federal.
Em seu discurso de despedida do Senado, o suplente sinalizou as intenções. “Honra que me deixa com vontade de fazer ainda mais.” No campo nacional, o principal caminho traçado é a federalização com o Cidadania. O partido aprovou a prerrogativa de consolidar a Federação Partidária, no último dia 3 de março. O presidente maior do PSDB, Bruno Araújo, ficará responsável pelo trâmite.
No Ceará, a principal figura do Cidadania é o deputado estadual Júlio César, líder do Governo na ALCE. Julinho, como é conhecido, encabeça um grupo de pelo menos 20 políticos que pleiteiam uma posição nas eleições de outubro próximo. O deputado é cogitado no PT, mas a definição só virá próximo ao fim da janela partidária, no início de abril, disse ao OPINIÃO CE o parlamentar da Assembleia.
A federação com o Cidadania se soma “ao diálogo entre MDB e União Brasil”, nas palavras do presidente Bruno Araújo, em nota pública divulgada em fevereiro último. Mesmo que as Federações Partidárias sejam organizadas a nível nacional, têm impacto direto na situação dos Estados.
No Ceará, o União Brasil deve ficar sob o comando de Capitão Wagner, que estava no Pros, principal figura da oposição ao bloco governista encabeçado por PT e PDT. Já o MDB, do ex-senador Eunício Oliveira, ainda pondera as melhores saídas. Eunício, no entanto, já sinalizou que fará palanque para Lula no Estado.