Durante o período, lojas de todo o Brasil, físicas e virtuais, apostam em promoções. Especialistas alertam a que população deve ficar atenta
Priscila Baima
priscila.baima@opiniaoce.com.br
O Dia do Consumidor, celebrado nesta terça-feira, 15, foi instituído no Brasil desde 2014, mas, devido à demanda crescente, a data passou a se firmar como a Semana do Consumidor, que acontece até o dia 20 deste mês. Durante o período, muitas lojas de todo o Brasil, físicas e virtuais, apostam em promoções para atrair consumidores e aumentar suas vendas.
Mas isso nem sempre representa algo positivo por parte de quem está consumindo, principalmente quando se fala de e-commerce. Segundo dados do indicador MCC-ENET, uma parceria entre a Companhia Compre & Confie e a Câmara Brasileira da Economia Digital, o mercado on-line cresceu 20,56% em janeiro de 2022, na comparação com o mesmo período do ano passado no país.
As categorias mais vendidas, segundo o levantamento, foram equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (43,1%); móveis e eletrodomésticos (28,2%); e tecidos, vestuário e calçados (10,3%). Concomitante a esse crescimento, pesquisas revelam que o Brasil é o segundo país com mais detecções de ataques de engenharia social na América Latina.
Somente no ano passado, foram identificadas 25.133 páginas de phishing, endereços falsos feitos com a finalidade de roubar dados pessoais. Impulsionados por descontos imperdíveis, muitos consumidores se tornam vítimas fáceis dos cibercriminosos que disponibilizam falsas promoções em links criados para captura de dados e informações do comprador.
Para Márcio D’Avila, especialista em segurança digital e consultor técnico da CertiSign, antes de clicar em qualquer link de promoções fabulosas, é preciso ter calma e avaliar alguns sinais.
“Cuidado com promoções nas quais os preços estão muito fora da realidade. A chance de ser golpe se intensifica na mesma proporção do ‘descontão’. Também verifique se no remetente do e-mail e no corpo da mensagem há erros de português ou digitação e evite clicar em links de promoções, enviados por e-mail, SMS e aplicativos de mensagens, principalmente aqueles que são encurtados impossibilitando verificar o endereço de direcionamento.”
Além disso, quando tudo estiver verificado, é importante se atentar para saber se o site em questão é seguro. “Veja se há um cadeado na barra do navegador, a letra S no HTTP, ficando HTTPS, e o selo de segurança, que geralmente é fixado no rodapé da página. Ao observar esses sinais, clique no cadeado ou no selo e verifique as informações”, acrescenta.
A professora universitária e advogada Léa Feitosa chama a atenção para os links clicados na Internet e também em aplicativos de mensagens instantâneas. “O consumidor precisa ficar em alerta para não clicar em links que recebem de divulgação de prêmios ou sorteios. Não se deve informar dados pessoais, e sempre utilizar o cartão virtual único – a cada compra solicita um novo cartão. E nunca fornecer os dados do cartão para terceiros. Se possível cadastre a biometria. E diante de qualquer problema, procurar o Procon, Decon ou Justiça comum para solucionar a demanda”, elucida Léa, também mestre em Direito Constitucional.
O presidente da Associação Cearense de Defesa do Consumidor, Thiago Fujita, em entrevista ao OPINIÃO CE, explica que, para além de todos os cuidados com compras no e-commerce, é precisar refletir se a compra é realmente necessária e está dentro do orçamento do consumidor que está interessado na semana de ofertas.
“A maior dica que o consumidor pode ter nesse momento de grandes promoções é evitar a compra sem planejamento. É muito importante que ele não compre só pelo preço, mas sim pela necessidade e qualidade do produto. Você pode comprar muitos produtos e pode gerar um problema de superendividamento ou mesmo ser vítima de um golpe. Além do planejamento, é fundamental verificar o preço adequado para não comprar a metade do dobro”, aconselha.
REPUTAÇÃO DAS LOJAS
Uma das formas que o consumidor tem de identificar a reputação dos comerciantes é procurar em alguns sites especializados nisso. Para Fujita, um deles é o Reclame Aqui, em que há o registro das reclamações dos consumidores perante determinadas lojas.
“Há também a consulta no site consumidor.gov.br e no portal do Tribunal de Justiça de cada cidade para saber se o fornecedor do produto tem muitos processos. É muito importante que haja a obtenção do máximo possível de informações possíveis”, conclui.
Na modalidade PIX, o pagamento pode acontecer por meio de um QR Code de forma instantânea. É importante ter um antivírus no celular e, ao scanear o código, verificar atentamente todos os dados, como o nome da pessoa/empresa e valor, antes de efetivar a operação.
Também é imprescindível observar se o site para qual você foi direcionado está protegido pela criptografia de dados de um certificado SSL emitido, de fato, para a empresa em questão.