O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou, de abril a outubro, cerca de R$ 7,3 bilhões para operações do programa Fundo Clima, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima. Apresentado na 36ª reunião ordinária do Comitê Gestor do Fundo, nesta última semana, o valor corresponde a 70% da quantia reservada pela União para financiar projetos de mitigação da mudança climática.
O valor aprovado corresponde a 2,5 vezes a soma de todo o montante alocado no Fundo Clima de 2013 a 2023, um total de R$ 3 bilhões, em cifras atualizadas. O dinheiro disponibilizado permite, por exemplo, o desenvolvimento de iniciativas voltadas à resiliência e sustentabilidade da zona urbana e à transição energética, que podem acelerar a substituição de combustíveis fósseis, um dos aspectos do Brasil mais criticados por especialistas. A expectativa é de que sejam aprovados R$ 10 bilhões até o final do ano.
Conforme destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, 15,2 mil empregos verdes – quando os profissionais contribuem diretamente com a preservação ambiental – foram criados com a aprovação dos recursos, superando em 20 vezes a quantidade do ano passado, de 753.
Mercadante ressaltou, ainda, que R$ 167 milhões devem servir a projetos de produção de combustíveis sustentáveis, incluindo o combustível de aviação sustentável (SAF) e os de navegação, definição que, segundo ele, demonstra que o Brasil tem uma janela de oportunidade para assumir uma posição de protagonismo no processo de descarbonização.
“Somos líderes globais da agenda de biocombustíveis há mais de 50 anos e a demanda para entrarmos nos combustíveis sustentáveis está muito forte. Por isso, precisamos, pelo menos, dobrar os recursos do Fundo Clima, como já está previsto no orçamento do ano que vem”, disse.
Dos R$ 7,3 bilhões, R$ 2,7 bilhões ainda terão o destino definido até dezembro e a projeção para 2025 é de cerca de R$ 11,5 bilhões. Outra questão salientada pela instituição financeira é a ampliação de verbas para as regiões Norte e Nordeste. No caso do Nordeste, o valor aprovado no período foi 19 vezes maior do que as aprovações de 2022, ou seja, de R$ 1 bilhão ante R$ 51 milhões.
Com informações da Agência Brasil.