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5 de maio de 2024

Crédito e agronegócio

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Foto: Divulgação

Num sertão de adversidades, instabilidade climática, tentativas com erros e acertos para preservar minimamente o solo castigado por queimadas e práticas inadequadas de cultivo, é preciso unir saberes para produzir. Para além da assistência técnica e da modernização do manejo, com uso inteligente da água, são necessários investimentos financeiros. Sem dinheiro, as restrições são grandes. Com acesso ao crédito, é possível construir resultados. No Nordeste, a pecuária sempre teve espaço, embora mais tímido em relação à agricultura, porém crescente, principalmente em regiões específicas, com tradição na criação de gado leiteiro, ovinos e caprinos. Esse potencial é destacado pela liberação crescente de credito para a pecuária.

Dados do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) indicam que o monitoramento das atividades pecuárias no país mostrou que a região apresentou crescimento acima da média nacional em 2021 em todos os itens pesquisados. O maior destaque foi a produção de suínos abatidos no Nordeste que cresceu 30%, em 2021, e 7,3% no País, de acordo com estudo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene). Em paralelo, a oferta de crédito do Banco do Nordeste para a pecuária cresceu quase R$ 1 bilhão entre 2020 e 2021. No ano passado, as operações somaram R$ 5,2 bilhões. Alta de 23% na oferta de crédito no período. Só tem liberação de crédito quando há produção.

O dinheiro catalisa o agronegócio. É possível investir da matéria-prima ao maquinário. E esse tipo de investimento deixa claro que as atividades rurais ainda têm “peso de ouro” na base econômica da região. Se há busca por crescimento há certamente potencial produtivo e mercado. Ainda avaliando os dados divulgados pelo BNB, uma das áreas mais beneficiadas com o aumento no crédito no ano passado foi a produção de ovos, que recebeu R$5,5 milhões a mais, 43% de alta na comparação com 2020. Na Região, houve crescimento dessa produção de 7% no período, enquanto a produção nacional ficou praticamente estável (0,2%). Na pecuária leiteira, a produção no Brasil caiu 2,2% entre os anos de 2020 e 2021 – houve crescimento de 4,7% no Nordeste. No mesmo período, a liberação de crédito do BNB para essa atividade somou R$899 milhões.

Assim como o leite, os principais produtos alimentícios da pecuária também apresentaram desempenho superior ao nacional. As produções de frango e de suínos e a atividade de bovinos para corte também acompanharam o crescimento no Nordeste superior à média nacional. Vale destacar que esse cenário foi desenhando dentro da pandemia, com todas as limitações impostas por ela. Isso mostra que o agronegócio tem força e futuro.

Priscila Baima

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