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11 de setembro de 2024

Cratense batizado de ‘Roberto’ em homenagem a Dinamite mantém ‘Bar do Vasco’ no Cariri

O amor pelo cruzmaltino acompanhou Roberto, no caso o "Santos do Brasil", por toda sua vida
Foto: Antonio Rodrigues

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Em 1978, Roberto Dinamite já era consagrado um dos maiores ídolos do Vasco da Gama, sendo artilheiro e destaque do Campeonato Brasileiro quatro anos antes. A mais de 2 mil quilômetros do estádio de São Januário, casa do time carioca, o agricultor Edival de Sousa Brasil, um vascaíno apaixonado, batizava no Crato seu filho com o nome de José Roberto Santos do Brasil, em homenagem ao atacante, que morreu no domingo, 8, vítima de um câncer.

O velório de Dinamite teve início na segunda, 9, e segue nesta terça-feira, 10, para familiares e convidados. O corpo do ídolo vascaíno será sepultado no Cemitério Nossa Senhora de Belém.

O amor pelo cruzmaltino acompanhou Roberto, no caso, o “Santos do Brasil”, por toda sua vida. Essa herança o fez criar, há 11 anos, o Bar do Vasco, no Centro do Crato, onde também reúne torcedores apaixonados e amigos. Por todos os lados, há uma referência ao clube: posters, quadros, adesivos e imãs colorem as paredes, a geladeira e o freezer. O portão é pintado nas cores da bandeira do Vasco da Gama.

Antes do “Bar do Vasco”, o local já carregava a pintura, quando lá funcionava o Bar do Dedé, onde o antigo dono também era vascaíno. Roberto, então, largou seu emprego de garçom e decidiu investir no próprio estabelecimento, dando ao bar mais características de um local para o encontro de apaixonados torcedores do time carioca.

O Bar do Vasco, além de fonte de sustento da família de Roberto, se tornou ponto de concentração dos vascaínos que moram no Crato. A TV da própria casa de Roberto é trazida para acompanhar as partidas com seus amigos. “Mas é só jogos do Vasco”, adverte. Apesar de alguns ‘secadores’, que vão torcer contra seu time, o dono do bar recepciona todos. “Tudo aqui é no clima de amizade”, revela.

Foto: Antonio Rodrigues

‘Um orgulho carregar seu nome’

Com toda essa paixão, foi natural que Roberto sentisse bastante a morte do maior ídolo do seu clube do coração, no fim da manhã de domingo, 8. “Eu passei o dia inteiro mal, quando soube da notícia, e ainda estou. Alguns amigos estiveram aqui e choramos. Hoje, ainda estamos acompanhando”, conta.

Não é diferente do seu pai, Edival, que aos 63 anos sofre com a morte de Roberto Dinamite, mesmo só tendo acompanhado seu futebol pelo rádio e pela TV e se apaixonado no final da década de 1970. “Toda a família é vascaína, mas ele é quem deve mais está sofrendo”, acredita o empresário.

Apesar de carregar uma homenagem ao atacante no nome, com 44 anos de idade, Roberto não acompanhou de perto o maior artilheiro do Campeonato Brasileiro em campo. Seu ídolo, por outro lado, é Edmundo, destaque do título de 1997. E exatamente como fez o seu pai, batizou seu filho com o nome do jogador. Edmundo Santos, de 18 anos, também se tornou vascaíno.

Mesmo com sua admiração maior por Edmundo, não esconde a importância de Roberto Dinamite para a história do seu time do coração. “Não tem o que questionar. Roberto é o maior de todos e tenho muito orgulho de carregar o seu nome”, finaliza.

*Texto de Antonio Rodrigues, do Cariri

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