Policial militar Clayber Barbosa Araújo, presidente da Associação dos Profissionais da Segurança, vai prestar esclarecimentos sobre motim militar no Ceará
Rodrigo Rodrigues
rodrigo.rodrigues@opiniaoce.com.br

Em nova etapa de funcionamento, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga, na Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), as associações militares do Ceará e ficou conhecida como CPI do Motim recebe, na próxima terça-feira, 29, a primeira testemunha para prestar esclarecimentos.
Trata-se do policial militar Clayber Barbosa Araújo, presidente da Associação dos Profissionais da Segurança (APS). O convite ao PM foi realizado a partir do requerimento do deputado Elmano de Freitas (PT), relator da comissão. A notícia de que a CPI retomaria os trabalhos foi dada em primeira mão pelo OPINIÃO CE.
Segundo o parlamentar, o policial, assim como demais convidados, ajudarão a esclarecer dúvidas em relação às investigações. Em reunião realizada nesta terça-feira, 22, a CPI aprovou, ainda, requerimento de Elmano Freitas solicitando novas oitivas.
Foram convidados os policiais militares Daniel Oliveira Marques e Rêmulo Silva de Oliveira, além da representante da Associação dos Profissionais de Segurança, Cleide Mara da Silva Arruda. Ainda conforme o deputado, surgiram “dúvidas” durante as investigações que poderão ser elucidadas com os depoimentos.
“São de grande importância como convidados, uma vez que trabalharam, estão ou estiveram na gestão das entidades. Os nomes poderão, inclusive, colocar as contribuições que as entidades realizam para a categoria.”
Em outubro do último ano, a CPI ouviu o promotor de Justiça do Ministério Público Militar do Ceará, Sebastião Brasilino de Freitas Filho, que esclareceu aspectos da legislação militar. Na ocasião, o especialista disse entender que as ações promovidas por agentes de segurança em 2020 podem ser enquadradas como criminosas sob a ótica do Direito Militar.
NOVAS EXPULSÕES DE PMS
Nesta semana, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) do Ceará comunicou a expulsão de mais cinco policiais militares da corporação por terem participado do motim em 2020. Com isso, o número de PMs expulsos chega a 15.
A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) da última segunda-feira, 21, com os nomes do soldado Mauri Ângelo Rocha Gurgel, do Batalhão de Policiamento do Raio (BPRaio), e dos soldados Alex Mateus de Carvalho da Silva, Ítalo Alencar Lobo, Filipe Viana Policarpo e Jefferson da Silva Oliveira.
Conforme a CGD, os cinco estiveram presentes no quartel do 18º BPM, no bairro Antônio Bezerra, em Fortaleza, durante o movimento de 2020. Na decisão, consta que os policiais envolvidos no motim comprometeram a segurança da corporação, das instituições e da sociedade.
INSTAURADA EM 2021
A CPI foi instaurada ainda em 2021 para investigar se houve destinação irregular de recursos recebidos por associações ligadas à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros durante motins ocorridos em 2012 e 2020. A Comissão voltou a funcionar na última semana, após pausa durante o recesso parlamentar.
Na nova etapa, os deputados começarão a ouvir os depoentes a partir das informações coletadas pela CPI a partir de documentos e arquivos de áudio e vídeo. Até o momento, a cúpula já anunciou o convite a 12 pessoas, entre policiais, bombeiros e funcionários de associações. Novos nomes serão anunciados, porém, a presença não é obrigatória, inicialmente.
“Essa nova fase será para ouvir os depoentes a partir das informações que a CPI já colheu”, afirmou o presidente da Comissão, deputado Salmito Filho (PDT). Em declarações anteriores, o presidente explicou que serão enviados, primeiramente, convites. Caso estes não compareçam, poderão ser convocados.