A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga suposto uso indevido de recursos por parte de associações militares do Ceará [‘CPI do Motim’] recebe, nesta terça-feira, 26, o subtenente da Polícia Militar e presidente da Associação das Praças do Estado do Ceará (ASPRA-CE), Clébio Eliziano Queiroz. O depoimento atende requerimento do deputado estadual Soldado Noélio (União Brasil), único parlamentar de oposição no colegiado. A reunião acontece às 9h, no Complexo de Comissões Técnicas da Casa.
Na última semana, a comissão foi marcada por clima tenso e pedido de proteção por ameaças. Inicialmente, os deputados ouviram o policial militar Rêmulo Silva de Oliveira Rêmulo, que trabalhou na Associação dos Profissionais de Segurança (APS) como diretor financeiro entre a segunda quinzena de outubro de 2017 a setembro de 2021. Os parlamentares investigam se a associação usou recursos de forma indevida para promoção do motim da PM, em 2020, prática considera crime pela legislação militar.
Além de Rêmulo, a CPI ouviu Elton Regis do Nascimento, convidado pela comissão que disse ter sido ameaçado. O depoente solicitou a antecipação de sua oitiva. Os deputados foram consultados da possibilidade de dois depoimentos no mesmo dia e o pedido foi acatado. Anteriormente, a CPI já havia ouvido o atual presidente da APS, Cleyber Barbosa Araújo; e o ex-presidente da entidade e atual vereador de Fortaleza, Sargento Reginauro (União Brasil).
Comissão Parlamentar
A Comissão Parlamentar foi instalada em agosto de 2021 para investigar a participação das associações militares na paralisação de parte da PM em 2020 e em 2012, no Ceará. A prática de motim é considerada crime na legislação militar. Uma das linhas de investigação dos deputados é se cheques sacados pela APS dias antes da paralisação da PM, em 2020, têm relação com o movimento.
A comissão é composta pelos deputados Salmito Filho (PDT), presidente do colegiado; Elmano Freitas (PT), relator da CPI, além do vice-presidente, Queiroz Filho (PDT), e dos membros titulares Augusta Brito (PCdoB), Soldado Noelio (Pros), Romeu Aldigueri (PDT), Nizo Costa (PT), Davi de Raimundão (MDB) e Marcos Sobreira (PDT).