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7 de fevereiro de 2025

CPI do Motim entra em nova fase e vai ouvir policiais e bombeiros

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Após reunião ontem, deputados aprovaram solicitação de oitivas para esclarecimentos dos fatos. Cronograma está em construção

Rodrigo Rodrigues
rodrigo.rodrigues@opiniaoce.com.br

Comissão é presidida pelo deputado estadual Salmito Filho (PDT) (Foto: Junior Pio/ALCE)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta para investigar o suposto uso irregular de recursos de associações ligadas à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, que ficou conhecida como “CPI do Motim”, iniciou uma nova fase de investigação.

Nesta terça-feira, 15, a comissão aprovou dois requerimentos de parlamentares solicitando oitivas de policiais e bombeiros militares, além de funcionários ligados a associações. Conforme o presidente da CPI, deputado Salmito Filho (PDT), as primeiras oitivas marcam uma nova fase das investigações.

As oitivas ainda não têm data marcada para ocorrer e, de acordo com a comissão, estão dentro de um calendário que está sendo construído. “Estamos construindo uma agenda”, explicou ao OPINIÃO CE o presidente. Segundo o deputado, as reuniões ordinárias nesta nova fase seguirão ocorrendo às terças-feiras, pela manhã.

“No entanto, é possível haver reuniões extraordinárias em dias e horários diferentes”, ponderou. Conforme Salmito, o objetivo do novo momento é ouvir membros das associações, funcionários e outros representantes que possam “esclarecer dúvidas” e ajudar os deputados a separar o “joio do trigo no que diz respeito às formações de motim.”

Esta foi a primeira reunião pública após o início dos trabalhos legislativos de 2022, em fevereiro último. Durante o recesso parlamentar, não foram realizadas atividades. O fato, inclusive, gerou críticas de nomes da oposição. A CPI foi instaurada em agosto de 2021 para investigar se foram utilizados indevidamente recursos de associações militares nos motins de 2012 e 2020. Pela legislação brasileira, militares são proibidos de realizarem atos de “sindicalização e greve.”

Desde o início dos trabalhos, o clima tem sido de embate entre situação e oposição. O principal nome deste último bloco, o deputado federal Capitão Wagner, e transição do Pros para o União Brasil, é inclusive apontado como tendo participação nos movimentos.

Publicamente, o parlamentar nega as acusações. Recentemente, o assunto ganhou novo fôlego. Na última semana, o governador Camilo Santana (PT) criticou o adversário político durante o evento de lançamento do Programa de Prevenção e Redução da Violência (PReVio).

“Que contribuições ele tem dado nessa área, como deputado federal? […] A única contribuição foi fazer dois motins.” No mesmo dia, o deputado federal respondeu, em uma live nas redes sociais: “o governador não foi honesto, agiu de má-fé, propositalmente, quando se referiu a mim.”

Especialistas ouvidos recentemente pela reportagem destacam que a temática deve ganhar ainda mais força com a aproximação das eleições de outubro próximo e que a “CPI do Motim” será usada como palco para reverberar os discursos de ambos os lados. O presidente da comissão, por outro lado, vem destacando que os assuntos serão conduzidos com imparcialidade.

REQUERIMENTOS
Os requerimentos aprovados ontem são dos deputados Marcos Sobreira (PDT) e Elmano de Freitas (PT). Na primeira solicitação constam os nomes dos policiais Tancredo Augusto Almeida Filho, Marcos Webster de Oliveira Barroso; Valdeymilson de Oliveira Mendes; e Ranielly dos Reis Souza, funcionária da Associação dos Profissionais de Segurança. Já no requerimento de Elmano estão os policiais Clayber Barbosa Araújo, Francisco David Silva Barbosa, e Elton Régis do Nascimento; e dos bombeiros Diego de Oliveira Gomes e Antonio César Madeiro Lessa.

Composição da CPI
Titulares: Salmito (PDT) – presidente; Queiroz Filho (PDT) – vice-presidente; Elmano Freitas (PT) – relator; Soldado Noelio (Pros); Davi de Raimundão (MDB); Romeu Aldigueri (PDT); Augusta Brito (PCdoB); Nizo Costa (PSB) e Marcos Sobreira (PDT).

Suplentes: Delegado Cavalcante (PTB), Edilardo Eufrásio (MDB), Jeová Mota (PDT), Guilherme Landim (PDT), Oriel Nunes Filho (PDT), Diego Barreto (PTB), Osmar Baquit (PDT), Guilherme Sampaio (PT) e Tin Gomes (PDT).

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