Voltar ao topo

7 de setembro de 2024

Prefeitura teria cortado recursos ao CRIO “para ver se o Estado se mancava”, diz vereador

A suspensão dos atendimentos no Centro Regional Integrado de Oncologia gerou embates entre os aliados e a oposição do prefeito José Sarto
Foto: Divulgação/CMFor

Compartilhar:

No último mês de julho, o Centro Regional Integrado de Oncologia (Crio), localizado em Fortaleza, teve a suspensão de atendimentos. Em sessão plenária na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), na última semana, o vereador Carlos Mesquita (PDT), líder da Gestão do prefeito José Sarto (PDT) na CMFor, afirmou que o corte de recursos foi “proposital”. Segundo o parlamentar, o Estado não estava repassando recursos, e o corte foi feito propositalmente para “ver se o Estado se mancava e pagava a parte dele”. Veja o vídeo:

“O corte que dizem aí, que o Município fez, foi um corte proposital para ver se o Estado se marcava e pagava a parte dele, e ele não se mancou e não pagou, mesmo com esse apelo aqui, com essas falas, o Estado não pagou. O que é que o Município fez: há poucos dias atrás, foi lá, aditivar o contrato para pagar o que o Estado não estava pagando”, afirmou o vereador pedetista.

Ainda segundo o parlamentar, a própria direção do Crio teria afirmado que se não fosse a Prefeitura de Fortaleza a instituição teria fechado. “Porque o Estado não contribuiu com nada, palavras do diretor do Crio, não é minha não”, completou Carlos Mesquita. O OPINIÃO CE demandou a Prefeitura de Fortaleza sobre o assunto, e aguarda o retorno.

RELEMBRE O CASO

À época, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), em nota enviada ao OPINIÃO CE, ressaltou que os centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, como o Crio, recebem recursos diretamente do Ministério da Saúde (MS), sem passar pela esfera estadual. Na nota, a Sesa destacou ainda que o Crio possui gestão plena do Município de Fortaleza.

Também em nota ao OPINIÃO CE, a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS) disse que 60% da demanda atendida na Capital vem do Interior do Estado e que Fortaleza concentra sete de nove estabelecimentos habilitados para tratamentos oncológicos no Ceará, o que corresponde a 84% do atendimento estadual. “Conforme normativa que regula a Oncologia, deveria existir um estabelecimento para cada 500 mil habitantes, assim, para atender à demanda, seria necessária a abertura de mais nove unidades no Estado”, completou a gestão.

“Financeiramente, Fortaleza tem a garantia de R$ 100 milhões anuais, advindos de um recente aporte do Ministério da Saúde, porém, a Capital custeia R$ 160 milhões anuais. Neste contexto, há um subfinanciamento e necessidade de repasses de mais recursos”.

[ Mais notícias ]