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10 de fevereiro de 2025

Composição do PL na CMFOR passa a ter perfil bolsonarista

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Partido ganhou quatro novos nomes: Priscila Costa, Inspetor Alberto, Carmelo Neto e Pedro Matos. Sigla fazia parte do bloco de base do Paço Municipal na Casa

Redação OPINIÃO CE
redacao@opiniaoce.com.br

PL possui configurações diferentes nas casas legislativas (Foto: Natinho Rodrigues)

Como mencionou o OPINIÃO CE na semana passada, o mês de março ocasionou mudanças na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFOR) e alterou a configuração de bancadas no Legislativo da Capital. Uma das novidades mais emblemáticas foi a migração de vereadores da oposição para o PL a fim de unificar pautas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e trabalhar pré-candidaturas para as eleições de outubro.

Com isso, o partido ganhou quatro novos nomes na CMFOR: Priscila Costa (antes PSC), Inspetor Alberto (licenciado, mas antes Pros), Carmelo Neto (ex-Republicanos) e Pedro Matos (suplente em exercício, antes Pros). Todos eles têm alinhamento com o presidente – Pedro é filho de Raimundo Gomes de Matos, que deve ser o postulante de Bolsonaro ao governo do Estado, neste ano.

O movimento ocorre em conformidade com a decisão da direção estadual da sigla de mudar de lado e agir como oposição, saindo da base do bloco governista. Antes deles, porém, estavam na legenda Ana Aracapé e Tia Francisca. As duas vereadoras, além de comporem a base do prefeito Sarto Nogueira (PDT), participaram de almoço organizado pelo presidente da CMFOR, Antônio Henrique (PDT), de apoio à pré-candidatura de Roberto Cláudio (PDT) à sucessão estadual.

Além do ex-prefeito, o PDT ainda estuda se lançará a governadora Izolda Cela, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE), Evandro Leitão, ou o deputado federal Mauro Filho ao pleito. O encontro representou um dos momentos mais claros em favor de Roberto e da chapa pedetista ao Palácio da Abolição no mandato que se inicia em 2023. Com posicionamentos tão contrastantes dentro do PL na Câmara, as parlamentares da base movimentam-se no sentido de se acomodarem na atual legenda ou acionar dispositivos da Justiça Eleitoral para a mudança de partido.

DESFILIAR TALVEZ
Ana, que é líder da sigla na CMFOR, informou à reportagem que se reúne com Francisca para discutir uma possível desfiliação sem prejuízo aos seus mandatos. Isso porque, mesmo com a carta de anuência dos comandos estaduais e nacionais do partido, elas podem perder a vereança caso algum suplente entre com um pedido de cassação.

As parlamentares, então, analisam, no momento, como a Justiça Eleitoral pode liberar a migração. A saída do PL ainda não é certeza, ainda mais porque a legenda estuda ter Ana como postulante a uma vaga na Assembleia Legislativa do Ceará.

O seu posicionamento político, contudo, é “inegociável”. A vereadora também pretende convocar reunião com os colegas de partido para discutir a situação. Caso não haja como sair da sigla agora, ela diz que deve permanecer na liderança.

Outro fator que também incrementa o assunto é a possível renovação do partido na Casa com a eleição dos seus atuais representantes. Todos os citados acima, com exceção de Ana e de Francisca, confirmaram que serão candidatos no pleito de outubro. A própria Priscila se licenciará do cargo no início de maio para assumir, como suplente, a vaga de Júnior Mano (PL) na Câmara dos Deputados, que é onde pretende legislar a partir do próximo ano. Se o temor seria de conflito com os novos nomes da legenda, esse ponto seria resolvido com a eleição dos correligionários.

A reportagem tentou contato com Tia Francisca para tratar sobre o assunto, mas por um problema de agenda, não obteve êxito. Mesmo com a incongruência dentro da legenda, o vereador Pedro Matos informou à reportagem que nem a direção estadual nem os próprios colegas de sigla conversaram ou convocaram reunião sobre o assunto.

“O presidente (do PL Ceará, Acilon Gonçalves) estava mais focado nessa questão das novas filiações, da composição de chapa, mas acredito que depois devamos começar a ter essas reuniões de orientação partidária mesmo. Essas mudanças foram muito recentes”, disse.

Na avaliação de Priscila Costa, no momento, não há problema do partido acomodar pontos de vista tão contrastantes em relação às eleições. “Cada pessoa aqui tem independência para se aproximar daquilo que acredita, esse também é o meu perfil: ser uma pessoa independente. Respeito quem quer ser base, não há demérito nisso, só em ser subserviente. As vereadoras que temos no PL são pessoas com as quais me identifico muito pela prestação de serviço que elas têm com a comunidade. O que nos une aqui dentro é muito maior que essa questão de situação ou oposição”, afirmou.

Já para Carmelo Neto, o partido segue um caminho “conservador e de direita” com a filiação do chefe do Planalto, além tem como foco, agora, a sua recondução ao cargo. “A nível de Câmara Municipal, o que acredito é que a bancada tem que estar unificada nesse direcionamento de reeleição do presidente Bolsonaro e, aqui no Ceará, o PL como um todo esteja unido, falando a mesma língua”, concluiu..

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