O Ministério da justiça, recentemente, determinou a suspenção imediatado filme, “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola” devido a uma cena associada à pedofilia, tendo em vista a necessária proteção à criança e ao adolescente. E tome artigos e incisos para justificar o injustificável.
E, por falar em artigos e incisos, a nossa Constituição Cidadã em seu artigo 5ª é bem clara: “Todos são iguais perante a lei… IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.” Quer dizer que estão fazendo uma censura retroativa, pois o filme está em exibição desde 2017 e com classificação indicativa de quatorze.
Por sinal, essa prerrogativa é de competência do Poder Judiciário e não no Ministério da Justiça. Será que esse povo, ainda não aprendeu que existem diferenças pontuais entre cultura e arte? O filme conta as aventuras de dois adolescentes que não conseguem cumprir as regras da escola. Uma das cenas interpretada pelo ator Fábio Porchat que assedia sexualmente garotos trouxe o imbróglio à tona.
Danilo Gentili, o comediante, apresentador e o autor do livro que inspirou a película, divulgou nas redes sociais que o filme sofreu um lixamento pelo gabinete do ódio. Ao se manifestar nas mídias, disse “O maior orgulho que tenho na minha carreira é que conseguir desagradar com a mesma intensidade tanto petista quanto bolsonarista. Os chiliques, o falso moralismo e o patrulhamento: veio forte contra mim para mim dos dois lados.”
Aliás, o filme foi divulgado por alguns políticos bolsonaristas. Pois é: o humorista que apoiava o tal governo agora sofre perseguição. Em depoimento a um telejornal, Mário Frias, secretário especial de cultura, rebateu o ator Fábio Porchat. “Eu não censuro e nem faço avaliação subjetiva no meu cargo, mas eu tenho lado sim. Eu sempre tive. É uma questão de certo e errado – e o certo é proteger as crianças e o nosso futuro.”
E quem acha certo a pedofilia? O futuro incerto de nossas crianças e alunos virá com boa alimentação, com famílias mais estruturadas e melhores salários, com boas escolas integrais, professores bem formados e remunerados, com saneamento básico, sem o racismo estrutural… e por vai.