O Ceará foi eliminado do Campeonato Cearense 2022, neste sábado (26), diante do Iguatu, que jogou em seus domínios com apoio massivo da torcida, no Centro-Sul do Estado. Mesmo com elenco limitado, diga-se de passagem, o Azulão dominou a maior parte das ações, principalmente na segunda etapa, até conseguir um gol e levar a disputa às penalidades. Ao elenco milionário do Ceará e ao técnico Tiago Nunes restam pesar o trabalho feito que culminou numa realidade ainda difícil de engolir: o Ceará foi incapaz de segurar um empate contra o adversário cuja folha salarial representa 4% da do Alvinegro.
- Ceará: cerca de R$ 3,5 milhões por mês com o elenco
- Iguatu: cerca de R$ 140 mil por mês com o elenco
Vale lembrar que o empate daria classificação ao Ceará, que venceu a primeira partida por 2 a 1, no Castelão, também sem convencer. O cálculo é simples, preto no branco, o Vozão, no quinto ano seguido na Série A e na disputa de uma Sul-Americana, mostrou mais uma vez que precisa de reforços, principalmente no setor de ataque, mas também na criação. Quando o principal jogador do time, o meia-atacante Vina, não joga bem, o Ceará não consegue criar e fica na dependência de bolas longas. A volância até adianta as linhas, mas não consegue criar, muitas vezes, com tanta qualidade.
O vexame histórico diante do valente Iguatu aponta, ainda, para um problema há muito cobrado pela torcida: a falta do tal goleador. Zé Roberto se movimenta bem, cria boas chances, mas marcou apenas dois gols até aqui, sendo um de pênalti, contra o próprio Iguatu, no confronto de ida. Cléber é outro nome sacrificado. Se movimenta, claramente se doa pelo time, mas é tecnicamente limitado para as competições disputadas pelo Vozão. Cairia bem em um empréstimo, respirar novos ares e tentar recuperar seu bom momento. A diretoria Alvinegra, no entanto, parece querer trocar prata por ouro, sem dar a diferença – sem sucesso.
Gabriel Santos, embora venha tendo oportunidades, ainda não conseguiu mostrar a que veio. Iury Castilho, que chegou nesta temporada, vem sendo colocado mais como ponta, embora também possa atuar como 9. O novo “Saulo Mineiro” pode começar a ser testado, de fato.
O Iguatu, que não vai sequer disputar competições nacionais neste ano, estando classificado para a Série D de 2023, não tem nada a ver com os problemas do Ceará. O Azulão já faz uma campanha histórica e agora pega o Caucaia – que também faz bonito no Cearense -, pela semifinal. Não há mais “times fracos”, todos mostram força e garra, dão a vida em campo e, aos poucos, colhem os frutos. Ao Ceará, resta rever o que for possível, qualificar o elenco nos pontos realmente necessários e fazer valer os mais 33 mil sócios-torcedores que acreditam no clube, independente das circunstâncias.