O Comitê de Estudos de Limites e Divisas Territoriais do Ceará (Celditec), vinculado à Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), finalizou o levantamento realizado nas comunidades residentes em uma área de litígio entre os estados do Ceará e do Piauí. A pesquisa, que ocorreu ao longo dos meses de junho e julho deste ano, teve como objetivo verificar o sentimento de pertencimento à região em disputa. O presidente da Alece, deputado Evandro Leitão (PDT), será o responsável por apresentar o resultado do levantamento em data a ser definida.
De acordo com Luís Carlos Mourão, coordenador do Celditec, cerca de 500 residências foram visitadas durante o levantamento, seguindo critérios estabelecidos pelo Instituto de Planejamento e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que também integra o comitê. Além de avaliar o sentimento de pertencimento ao Ceará, a pesquisa incluiu o georreferenciamento de todos os equipamentos públicos encontrados na região. “Durante toda a pesquisa, verificou-se um número baixíssimo de pessoas que se sentem pertencentes ao estado do Piauí. A esmagadora maioria é de cidadãos que se consideram cearenses e querem continuar pertencendo ao nosso Estado”, assegurou Luís Carlos.
Ainda conforme Luís Carlos, o relatório será fundamental para embasar a defesa do território cearense durante o conflito com o Piauí. Além das questões relacionadas ao litígio em destaque, Mourão destacou que o Celditec também se envolveu em atividades relacionadas a outros 28 limites territoriais, com reuniões realizadas com gestores de 14 cidades cearenses no primeiro semestre deste ano.
MUNICÍPIOS
O litígio envolve o controle de uma área de 2,8 mil km², abrangendo 13 municípios cearenses, entre eles Granja, Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá, Ipueiras, Poranga, Ipaporanga e Crateús. Ao todo, 136 localidades foram visitadas, abrangendo uma população estimada em 8.505 habitantes. Segundo a Celditec, o trabalho de levantamento ocorreu em duas etapas, cada uma com duração de 18 dias. Luís Carlos Mourão contou com o auxílio dos servidores Joe Onofre e Luís Farias no processo. Ao todo, 37 escolas, incluindo oito escolas infantis e três escolas indígenas ou quilombolas, seis unidades de saúde, 15 locais de votação e 123 quilômetros de estradas, entre outros equipamentos públicos do Ceará também foram georreferenciados nas áreas em disputa.