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21 de abril de 2025

Com mais de 450 mil visitantes, XV Bienal do Ceará encerra como a maior edição em números

Além de uma programação plural com mais de 600 atividades, a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará bateu recordes de vendas, celebrou a literatura feminina e pautou a leitura como ferramenta de transformação 
Apenas pelo programa de Visitação Escolar, foram mais de 40 mil estudantes no evento, vindos de 736 instituições públicas e privadas. A Bienal também registrou um recorde de movimentação financeira, ultrapassando os R$ 13 milhões em vendas. Foto: Divulgação

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Encerrou-se neste último domingo (13), a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará. A edição 2025 contabilizou os maiores números da história do evento. Com o tema “Das fogueiras ao fogo das palavras: mulheres, resistência e literatura”, este ano a programação cumpriu o papel de celebrar a literatura, formar novos leitores e destacar o poder transformador dos livros.

Considerada agora “a Bienal das Bienais”, a 15° edição alcançou números recordes comparados com as demais edições, levando mais de 450 mil visitantes em dez dias de atividades. Apenas pelo programa de Visitação Escolar, foram mais de 40 mil estudantes no evento, vindos de 736 instituições públicas e privadas. A Bienal também registrou recorde de movimentação financeira, ultrapassando os R$ 13 milhões em vendas.

Ao longo de dez dias, a Bienal do Livro ocupou os três pavimentos do Pavilhão Oeste do Centro de Eventos do Ceará com atividades nos três turnos. A feira de livros, montada no pavilhão Térreo, contou com mais de 100 mil títulos, reunindo cerca de 200 toneladas de livros em 188 estandes, contando com a presença de editoras, distribuidoras, sebos, livrarias e autores independentes de todo o país.

Durante a solenidade de encerramento, a secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela, celebrou o sucesso da Bienal, ressaltando seu papel estratégico na política cultural do estado.

“A Bienal Internacional do Livro do Ceará encerra um capítulo importante da sua trajetória ao se consagrar como um dos maiores eventos de literatura do Brasil. Foram dez dias de intensa movimentação que atraiu milhares de pessoas, vivenciando lançamentos, debates, oficinas, shows e encontros. A Bienal é a grande festa do livro e, por meio dela, seguimos ampliando a representatividade junto ao público, fortalecendo a leitura como instrumento essencial para a promoção da educação, o incentivo à indústria editorial, o exercício da cidadania e a valorização da pluralidade de vozes no país”, destacou Luisa Cela.

As ações educativas, culturais e literárias ocuparam todos os espaços da Bienal, com intensa participação de escolas públicas e privadas, bibliotecas comunitárias, famílias e leitores de todas as idades.

EDIÇÃO DE IMPACTO

A cerimônia de encerramento iniciou às 16 horas com um cortejo musical da Caravana Cultural, que saiu do Café Literário e cruzou toda a parte da feira de livros, em direção à Arena Henriqueta Galeno. O momento contou com as presenças no palco da secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela; do secretário executivo da Cultura, Rafael Felismino; da secretária Executiva de Planejamento e Gestão Interna da Cultura, Gecíola Fonseca; da coordenadora geral da Bienal, Maura Isidório; da superintendente da Biblioteca Pública Estadual do Ceará (BECE), Suzete Nunes; da diretora da BECE, Enide Vidal; da diretora do Sistema Estadual de Bibliotecas, Aparecida de Lavor; e das quatro curadoras desta edição, Sarah Diva Ipiranga, nina rizzi, Amara Moira e Trudruá Dorrico.

Maura Isidório, coordenadora geral da Bienal, homenageou autoras como Lygia Fagundes Telles e Sued Nunes e agradeceu às equipes técnicas, reforçando a importância da coletividade na realização do evento.

“Esta edição foi um tributo à força e resistência das mulheres cearenses na cultura e na literatura. Foi uma construção coletiva e corajosa, que reuniu curadoras, artistas, autoras, escolas, bibliotecas e leitores em uma verdadeira ode ao poder das palavras […] que o fogo das palavras continue aquecendo corações, iluminando histórias e promovendo a diversidade, a alegria e a luta por mais possibilidades para as mulheres por meio da literatura. Viva o livro, a leitura e a Bienal do Livro do Ceará”, celebrou Maura.

Já Sarah Diva Ipiranga celebrou a presença de todas as pessoas presentes no evento. “Todos vocês aqui, neste momento especial, é algo tão transformador, um instante de tamanha aprendizagem que só posso expressar uma imensa gratidão a cada um de vocês. E digo, até a próxima vez”, declarou a curadora.

Amara Moira, também curadora, ressaltou os encontros e momentos em coletivo da edição. “Pude testemunhar uma das coisas mais bonitas desta edição, que foi a capacidade de reunir tantos públicos aparentemente distintos. As trocas, as mesas, mas também tudo aquilo que aconteceu fora do palco e no caminho, no camarim, no almoço, na van, na volta para o hotel. Os encontros proporcionados por esta Bienal foram simplesmente incríveis”, afirmou.

Trudruá Dorrico, citando um poema de Graça Graúna, celebrou a potência e poder da literatura indígena. “Nós, indígenas, estamos escrevendo para dar conta dessas ancestralidades indígenas que existem não só no Ceará, mas também em todo o Brasil. Escrevemos para demarcar o nosso espaço na literatura e na cultura brasileira. Por isso, quero agradecer, de todo o coração, ao povo que veio e participou desta Bienal”, afirmou.

O momento final da edição contou ainda com o encontro “Linhas de vida: do eu ao outro”, roda de conversa que reuniu dois dos maiores expoentes da literatura brasileira, os escritores cearenses Ana Miranda e Lira Neto. A mediação foi da professora Aíla Sampaio. Ao final, subiu ao palco o espetáculo “Mulheres cantam a Massafeira”, que celebrou o conhecido movimento que agitou a cena musical cearense no final dos anos 1970. No palco, as vozes e os talentos de Mona Gadelha, Alice David, Marta Aurélia e Claudine Albuquerque.

A programação do último dia também foi marcada por mesas de debate, contação de histórias, sessões de autógrafos e homenagens à cidade. Um dos destaques foi a presença do ex-jogador Cafu, que lançou sua biografia “A Saga de Cafu: O Grande Sonho”, acompanhado da autora e esposa Mariah Morais.

XV BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DO CEARÁ

A Bienal Internacional do Livro do Ceará é uma realização do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), via Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O evento conta com o patrocínio do Banco do Nordeste, Rede Itaú, Cagece e Cegás.

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