Com um clima tenso, o novo estatuto do Ceará foi votado e rejeitado pelos conselheiros nesta segunda-feira (17). Com participação de sócios conselheiros e proprietários do clube, o resultado da assembleia-geral foi apertado, com uma margem de apenas oito votos. Ao todo, 112 conselheiros, sócios e o próprio presidente, João Paulo Silva, rejeitaram o novo regimento. Por outro lado, 104 votaram favoráveis e outros dois se abstiveram. Em alguns momentos, o clima esquentou e a torcida se manifestou de forma intensa com o voto contrário do presidente do clube.
Após a rejeição da proposta, foi necessário a intensificação de policiais no local e grades foram colocadas na rua. A torcida ameaça cancelar o sócio por não ter direito a voto. “Tenho dito a todos que sou a favor do voto do sócio torcedor, nunca me neguei isso. Mas sou contra a alguns itens do novo estatuto. Por isso, neste caso eu voto NÃO”, indagou o atual presidente do clube, João Paulo. Já o presidente do Conselho Deliberativo, Herbet Gonçalves, propôs, após a recusa ao novo documento, que seja feito e assinado um projeto em conjunto com o presidente da executiva.
“Não tolero que queiram destruir esse nosso patrimônio. Já que ele [João Paulo] alega e argumenta para o voto ‘não’ que tem artigos que ele discorda, que ele me diga quais são esses artigos”, afirmou Herbet.
As principais emendas do novo estatuto delimitavam votação paritária, para as eleições da diretoria executiva, entre o voto do sócio-torcedor e do sócio proprietário do clube. Além disso, o novo regulamento reduzia o prazo de adimplência para votar e garantia um coeficiente mínimo de 30% para mulheres na diretoria executiva do clube. Em caso de aprovação, as novas regras já seriam implementadas na eleição para a diretoria, em dezembro deste ano.