Com as chamas no Parque do Cocó “praticamente controladas”, o momento traz mais otimismo para os profissionais que estão trabalhando no controle dos focos do incêndio. Segundo o secretário do Planejamento e Gestão Interna da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará (Sema), Gustavo Vicentino, as equipes do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Ceará (CBMCE) permanecem no local neste domingo (21) para fazer o trabalho de rescaldo, ação de despejar água nas cinzas de um incêndio.
“As chamas estão praticamente controladas. As equipes vão continuar no local fazendo o trabalho de rescaldo, que deve prosseguir por todo o domingo. Os brigadistas torcem para não ter nenhuma reignição de chamas”, enviou a Sema em nota, ao OPINIÃO CE.
Já com mais de 48h de duração, a expectativa da Sema era de que o trabalho dos bombeiros e demais profissionais fossem finalizados durante o período desta tarde de sábado (20). No entanto, pasta ressaltou que o prazo não se tratava de uma previsão, mas sim de “uma expectativa e uma esperança”.
O INCÊNDIO
O incêndio no Cocó teve início na manhã da última quinta-feira (18). Na sexta (19), o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militares do Ceará (CBMCE), coronel Cláudio Barreto, ressaltou que as equipes relataram que não havia fogo na superfície do parque. “O local onde nós estamos é um local de mata fechada e que ainda existem alguns focos de calor. As equipes do Corpo de Bombeiros estão trabalhando diretamente nesses focos, e a nossa preocupação é essa. Na vegetação não tem mais fogo na superfície, e esse fogo é subterrâneo“, disse o oficial, no momento.
Conforme o Governo do Estado, cerca de 30 bombeiros militares começaram a atuar no local a partir da manhã de quinta. Em seis viaturas, os militares foram divididos em três grupos: um deles atuou pela Avenida Sebastião de Abreu, indo sentido ao bairro Cidade 2000; e os outros dois grupos no interior do parque, em sentido contrário. A divisão teve como intuito fazer com que os grupos se encontrassem e concentrassem os focos em um só local.
“Com o aumento de temperatura, também aumentaram o número de focos. Agora, no início da noite, a gente já observa que diminuiu bastante. Isso ocorreu diretamente em função do trabalho da equipe do Corpo de Bombeiros, que está atuando diretamente nesses focos”, destacou Cláudio Barreto no início da noite desta sexta.
Os trabalhos contam, ainda, com o auxílio de uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer), com piloto e copiloto, além de mecânico e operador aerotático, utilizando o “bambi bucket”, bolsa utilizada para captar água e jogá-la sobre as chamas. Um dos pontos de apoio para a coleta da água pela aeronave é a lagoa da Universidade de Fortaleza (Unifor), no bairro Edson Queiroz.
Conforme o coronel, ainda durante a noite desta sexta, se for preciso, as equipes permanecerão no local até este domingo (21). “O mais importante é que daremos essa atenção especial a esse espaço em que estamos, que é um espaço na qual o fogo está direcionado próximo a Avenida Sebastião de Abreu”, concluiu.
Ainda na quinta, durante o início do foco, a população fortalezense relatou sentir o cheiro de fumaça mesmo a longas distâncias do Parque do Cocó. Ao OPINIÃO CE, uma moradora do bairro Presidente Kennedy relatou o cheiro “horrível” da fumaça. “Estou fechando as portas porque a fumaça está chegando até aqui”, disse. O forte cheiro também foi observado em locais como na Avenida Pontes Vieira, próximo ao Colégio da Polícia Militar, no Centro de Fortaleza e nas proximidades da Cidade 2000.