A bancada feminina do Senado Federal deverá iniciar a nova legislatura com 15 senadoras, o que representa o maior número de mulheres exercendo mandatos na Casa em toda a história. O crescimento é resultado da chegada de quatro suplentes que substituirão membros nomeados para ministérios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), incluinda a senadora Augusta Brito (PT), que ficará no lugar de Camilo Santana (PT). O ex-governador cearense assumiu o Ministério da Educação.
De acordo com informações da Agência Senado, caso as 15 mulheres fizessem parte do mesmo partido, este seria o maior da Casa. A projeção de momento é que que o PL ou o PSD tenham a maior bancada neste ano, mas nenhum dos partidos deve ter mais de 14 senadores. Vale lembrar que novas filiações podem mudar esse quadro até fevereiro, quando começa a legislatura.
A confirmação de que a ex-deputada estadual Augusta Brito ocuparia a vaga de Camilo veio no início de janeiro. Primeira suplente do ministro, a parlamentar chegou a ser sondada como secretária do governador Elmano de Freitas, mas os rumos mudaram após convite de Lula para Camilo assumir o MEC. A então segunda suplente nas eleições majoritárias de 2022 é Janaína Farias, também do PT.
Mudança de cenário
As eleições de outubro de 2022 haviam indicado uma redução do número de senadoras em relação à legislatura anterior: seriam 11. Do grupo, seis estão na segunda metade do mandato (de 8 anos), quatro foram eleitas em outubro e uma assume mandato cujo titular foi eleito para o governo estadual. No início do ano, cinco senadores que têm mandato na legislatura que se inicia foram nomeados para o ministério de Lula, e quatro deles têm uma mulher como primeira suplente.
Confira as suplentes que devem assumir vaga:
- Augusta Brito (PT-CE): deputada estadual desde 2015 e foi duas vezes prefeita do município de Graça, no Ceará. Na Assembleia Estadual, foi líder do governo e chefia a Procuradoria Especial da Mulher.
- Margareth Buzetti (PSD-MT): já exerceu mandato de senadora entre junho e outubro de 2022. Ela volta a ocupar o lugar de Carlos Fávaro (PSD-MT), que foi para o Ministério da Agricultura.
- Ana Paula Lobato (PSB-MA): atual vice-prefeita de Pinheiro (MA). Com 38 anos, ela será a senadora mais jovem da legislatura e a mulher mais jovem no Senado desde Heloísa Helena (AL), que tomou posse em 1999 aos 36. Vem para o lugar de Flávio Dino (PSB-MA), ministro da Justiça.
- Jussara Lima (PSD-PI): não tem cargo atualmente, mas já foi vereadora e vice-prefeita em Fronteiras (PI). Ela é esposa do deputado federal Júlio César (PSD-PI) e mãe do deputado estadual Georgiano Neto (MDB-PI). Vem para o lugar de Wellington Dias (PT-PI), ministro do Desenvolvimento Social.
Os senadores nomeados para ministérios não renunciam ao mandato e, caso deixem suas pastas, assumem a cadeira. Dessa forma, serão 11 as senadoras titulares do próprio mandato. O tamanho da bancada feminina depende da confirmação de que serão as primeiras suplentes que tomarão posse no lugar dos senadores licenciados. Há dois casos em que a segunda suplente da chapa também é uma mulher: Janaína Farias (PT-CE) na chapa de Camilo Santana e Maria de Lourdes (PCdoB-MA) na chapa de Flávio Dino.
Bancada feminina (Agência Senado)
Eleitas em 2018:
- Eliziane Gama (Cidadania-MA) – LÍDER
- Daniella Ribeiro (PSD-PB)
- Leila Barros (PDT-DF)
- Mara Gabrilli (PSDB-SP)
- Soraya Thronicke (União-MS)
- Zenaide Maia (PSD-RN)
Eleitas em 2022:
- Damares Alves (Republicanos-DF)
- Dorinha Seabra Rezende (União-TO)
- Teresa Leitão (PT-PE)
- Tereza Cristina (PP-MS)
Suplente, vira titular:
- Ivete da Silveira (MDB-SC)
Suplentes de ministros:
- Ana Paula Lobato (PSB-MA)
- Augusta Brito (PT-CE)
- Jussara Lima (PSD-PI)
- Margareth Buzetti (PSD-MT)