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19 de abril de 2025

Ciro segue decisão do PDT, que anuncia apoio a Lula no 2º turno

No vídeo em que anuncia a decisão, Ciro diz que essa é “a última saída” e lamenta a situação. O petista, contudo, não mencionou o candidato petista
Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Seguindo a decisão de seu partido, tomada após entendimento da Executiva nacional com diretórios estaduais, Ciro Gomes (PDT) sinalizou na terça-feira, 4, adesão à campanha de Lula (PT) para o segundo turno das Eleições 2022, que o ex-presidente vai disputar com Jair Bolsonaro (PL), que está em busca da reeleição. Ciro ficou em quarto lugar no primeiro turno no último domingo, 2, com cerca de 3% dos votos totalizados.

No vídeo em que anuncia a decisão, Ciro diz que essa é “a última saída” e lamenta a situação. O pedetista, contudo, não mencionou o candidato petista. “Por unanimidade, tomamos uma decisão. E eu gravo esse vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT”, inicia. “Frente às circunstâncias, é a última saída. Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste para os brasileiros duas opções, ao meu ver, insatisfatórias.”

Na sequência, o ex-candidato afirma não acreditar que a democracia está em risco, mas houve, segundo Ciro, “absoluto fracasso” em “construir um ambiente de oportunidades” para enfrentar o que ele considera “a mais massiva crise social e econômica que humilha a esmagadora maioria.”

“Adianto que não pleiteio nem aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo”, aponta o ex-ministro da Integração Nacional do Brasil no governo de Lula, no primeiro mandato do petista. Ciro ocupou o cargo de 2003 a 2006. Na época, deixou o governo para concorrer a uma vaga como deputado federal pelo Ceará, sendo eleito para mandato de 2007 a 2010.

Outra promessa do também ex-prefeito de Fortaleza e ex-governador do Ceará é de “fiscalizar, acompanhar e denunciar qualquer desvio do governo que assumirá em janeiro.” Ciro conclui o comunicado dizendo que vai “seguir estudando e apresentando ideias” para recuperar o país. “Que Deus ilumine a nação brasileira”, se despediu.

Candidatura 12+1

Presidente nacional da sigla, Carlos Lupi destacou a unanimidade da decisão ao anunciar o apoio a Lula. “Eu repeti isso três vezes, que se tivesse voto contrário podia registrar em ata, a decisão de apoiar o mais próximo da gente, que a é candidatura do Lula. Chamamos de candidatura do 12 + 1.” “Não admitimos nenhum pedetista ao lado de Bolsonaro”, reforçou, classificando o atual mandatário como “aspirante a ditador.” Lupi ainda avaliou que derrotar o presidente é uma “causa nacional.”

O apoio se dá a partir do acolhimento de três propostas de Ciro no programa petista, explicou Lupi. A negociação foi feita com Gleisi Hoffmann, líder nacional da sigla de Lula, que havia dito na semana passada que um eventual apoio do PDT seria negociado entre as presidências nacionais do PDT e PT.

“Apresentamos três projetos, eu pessoalmente falei com a presidência do PT desde a segunda-feira, a questão da renda mínima. É um projeto até que nosso Ciro aprovou e colocou na pauta do Plano Nacional de Desenvolvimento. A renegociação da dívida do SPC e das pequenas empresas, a questão da escola ensino integral, é claro que isso não se impõe à federação. A federação tem que liberar os recursos para que sejam colocados nos municípios, nesses estados”, declarou Lupi.

Lula repercute

Em coletiva realizada nesta terça-feira, 4. o ex-presidente explicou que a campanha tem buscado primeiro as legendas, e não pessoas individualmente para levantar apoios. “Antes de conversar pessoalmente com as pessoas, temos tentado conversar com os partidos para que não haja um rompimento na relação diplomática com os partidos.”

“A Gleisi conversou com o Lupi, que convocou uma reunião com a direção nacional do PDT, uma reunião extraordinária, e o PDT, por unanimidade decidiu nos apoiar no segundo turno.”

O petista ainda indicou que deve receber um grupo do PSD. Segundo o candidato, mesmo Gilberto Kassab, líder nacional da legenda, estando ao lado da candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, para a disputa nacional, a agremiação seguirá com Lula.

Ele explicou que as costuras estão sendo feitas “sem criar constrangimento a ninguém.” “Afinal de contas, se votar é um direito livre e soberano da pessoa, optar por apoiar um partido também deve ser um direito livre e soberano dos partidos políticos”, concluiu, em evento com frades franciscanos e o frei Davi, em São Paulo. Lula recebeu ainda o apoio de nomes do PSDB e do Cidadania.

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