Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República, participa nesta terça-feira, 23, de entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, dando sequência à programação da sabatina que a emissora vai realizar com os quatro candidatos ao Palácio do Planalto mais bem colocados nas pesquisas de intenções de voto registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O programa começa às 20h30 e a sabatina terá duração de 40 minutos.
Nesta segunda-feira, 22, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o entrevistado. Na quinta-feira, 25, será a vez do ex-presidente Lula (PT). Na sexta-feira, 26, a entrevistada será Simone Tebet (MDB).
Ciro cumpre agenda com empresários
Também ontem, Ciro Gomes, em agenda de campanha, contestou a tese de que a máquina pública brasileira está inchada e que reduzi-la aliviará o peso dos impostos sobre a sociedade.Defensor da proposta de que cabe ao Estado induzir os setores estratégicos nacionais, investindo em setores como ciência e tecnologia, o ex-ministro afirmou querer um Estado objetivamente encarregado de promover as tarefas que a iniciativa privada não é capaz de promover.
O candidato indagou empresários sobre onde cortar gastos públicos, em participação de um bate-papo promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), em São Paulo. “Vamos cortar investimentos [públicos]? [É preciso dizer que] são [gastos] R$ 25 bilhões dos cerca de R$ 4,8 trilhões [do PIB brasileiro] neste setor. Então, não deve ser aí”, exemplificou Ciro Gomes, para sustentar que, segundo o pedetista, ao contrário do que muitos pregam, o Estado ocupa um espaço aquém do necessário ao atendimento das necessidades da população brasileira.
“Nossos gastos per capita [por pessoa] em Saúde estão deprimidos, assim como em Educação. Em Segurança, são uma piada. Em Infraestrutura, precisaríamos aplicar 3.3% do PIB só para manter o que já existe. Aplicamos cerca de 1.2% do PIB. Ou seja, estamos depreciando a infraestrutura nacional”, continuou o candidato.
“Então, como dizer que o Estado é grande? O Brasil tem mais ou menos médicos do que precisa? Tem muito menos, segundo padrões da OMS. Tem mais ou menos policiais? Há 11,6 mil policiais federais [para todo o país]. Tenham paciência. Tem mais ou menos professores?”, acrescentou, enfatizando que nenhuma nação atingiu um nível de desenvolvimento satisfatório sem uma importante contribuição estatal.
Ciro Gomes ressaltou que quem criou o celular foi uma agência estatal norte-americana e que a internet foi criada pelo Exército norte-americano. “Toda a biotecnologia, toda a robótica é [fruto do] complexo industrial militar norte-americano. Porque a pesquisa básica é muito cara”, ponderou Gomes, dizendo já estar maduro para defender Estado máximo ou mínimo.
“O que eu quero é que o Estado, no Brasil, faça a etapa que lhe cabe fazer e difunda [os resultados] para a iniciativa privada”. De acordo com o candidato, as assimetrias competitivas não permitem que um país como o Brasil dispense o Estado da tarefa de coordenação.