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17 de abril de 2025

Ciro e o “manifesto à nação”: o que seria atômico não foi mais do que um traque molhado

Em nenhuma Ciro passagem sinalizou com o que possa ao menos se aproximar de uma autocrítica

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O ex-ministro de Lula Ciro Gomes (PDT) tem uma enorme capacidade de frustrar quem espera dele algo impactante. Após anunciar para a manhã de segunda-feira (26.9) um “manifesto à nação”, leu em público uma nota desbocada na qual tenta impor aos outros sua própria incompetência para, de modo minimamente equilibrado, conquistar eleitores e votos. Repetiu o mantra com o qual, sem êxito, pelo visto, tenta equiparar Lula e Bolsonaro. E voltou a tentar vestir a carapuça de “rebelde”.

Em nenhuma passagem sinalizou com o que possa ao menos se aproximar de uma autocrítica. E, claro, passou a largo das relações próximas que teve com o autoritarismo da ditadura militar (quando começou na carreira política, pelo então PDS) e com os governos do PT (como ministro de Lula). O que Ciro fez ontem equivale a um eventual pronunciamento de José Maria Eymael afirmando, em tons rancorosos, que se mantém candidato a presidente do Brasil.

Em paralelo

A propósito de Eymael, ele teve oito filiações partidárias – PDC (1962-65), Arena, PDS, PTB, PDC (1985-93), PSDC, PPR, PPB e DC. Já as relações de Ciro com partidos seguem à caminho disso – após estar muito próximo da Arena, devido às posições políticas da família, passou pelo PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, Pros e PDT.

Andar com fé

José Maria Eymael se diz católico, mesma fé religiosa que Ciro Gomes atribui a si. Eymael foi um deputado de expressão opaca. Ciro também. Essa é a sexta vez que o “democrata cristão” disputa o Planalto. Ciro já está na quarta experiência como presidenciável.

Briga boa

É do deputado Leonardo Araújo (MDB) projeto que propõe a instituição de sistema de cota racial nas escolas privadas do Ceará. Leonardo se arrisca a comprar encrenca com uma corporação que não costuma ceder um centímetro sequer dos privilégios que tem.

Tudo a ver

Ídolos de agroboys e agrogirls, os artistas Rick & Renner – que, como outros sertanejos, fazem a alegria de bolsonaristas que vão a shows pagos com verbas de prefeituras – estão lançando nova música. O título é chulamente sugestivo: “Pôrra nenhuma”.

Não tem jeito

A propósito, a escorregada do presidente Jair Bolsonaro (PL) no tobogã das pesquisas de intenção de voto continua vinculada à condição de “imbrochável” da qual ele diz padecer. “Se fosse ao menos priapismo…”, queixou-se a vereadora bolsominion de Fortaleza, entre uma oração e outra.

Plataformas

Esta Coluna é publicada no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br) e no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br). Os textos podem ser lidos, ainda, no site https://bit.ly/3q4AETZ. O autor participa semanalmente do podcast Papo de Cabeça, que é veiculado no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Spotify e Deezer. O Papo de Cabeça, em parceria com o jornalista Maurição Lima, aborda notícias, entrevistas e análises políticas

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