O presidenciável Ciro Gomes (PDT) usou as redes sociais, nesta terça-feira, 26, para reclamar da “nacionalização” das eleições ao Governo do Ceará. “Não há sentido nas tentativas de ‘nacionalizar’ a campanha do Ceará – que elegerá Roberto Cláudio governador – tampouco em ‘cearalizar’ minha campanha a presidente, que segue firme, dialogando com todo Brasil. São narrativas plantadas que não darão em nada”, disse o pedetista em uma publicação em suas plataformas digitais.
Apesar da fala, foi o próprio Ciro quem primeiro citou o ex-presidente Lula ao criticar então aliados no Estado. PDT e PT firmaram uma aliança produtiva durante 16 anos – agora quebrada após os pedetistas escolherem legitimamente Roberto Cláudio como cabeça de chapa em detrimento de Izolda Cela, que seria candidata à reeleição e era apoiada pelos petistas.
Vale lembrar que, no início do mês, o pré-candidato deu uma declaração afirmando não saber mais se o ex-governador Camilo Santana (PT) era, de fato, um aliado. A fala foi feita durante entrevista ao podcast Avesso. Dois dias depois, Camilo postou, ao sair em defesa do nome de Izolda, que sempre buscou “ser justo e leal” na vida pública. Na mesma entrevista, Ciro disse que o projeto político no Estado estaria ameaçado pela “irresponsabilidade” do ex-presidente Lula, que liderança as intenções de voto para presidente.
“O nosso projeto está ameaçado por uma coisa muito ruim, bolsonarista, um capitão (Wagner) que liderou um motim, e porque o Lula é tão irresponsável que está lá se acertando com o Eunício e já pegou o governador de lá (Camilo Santana), prometeu que vai ser ministro, que era nosso aliado, ou é nosso aliado, ainda não sei direito como é que vai desdobrar isso lá”, afirmou Ciro.
Após a série de declarações, que selou um momento histórico na política cearense, os dois partidos seguiram rumos distintos e, agora, brigam por espaço entre os aliados. PT lançará Elmano de Freitas ao Governo do Estado no sábado, 30, com a presença de Lula, em Fortaleza. O MDB, partido de Eunício, aliado do presidenciável e desafeto de Ciro, deve indicar a vaga na vice-governadoria. O PDT, por sua vez, terá Roberto Cláudio com Domingos Filho (PSD) nas eleições deste ano.
O principal nome da oposição no Estado, Capitão Wagner (União Brasil), apesar de ter tentado se desvencilhar do presidente Jair Bolsonaro, terá como vice um/uma candidato/a do PL. O outro pré-candidato lançado no Ceará é do PSOL: Adelita Monteiro, que defende palanque para Lula no Estado. “Boa conversa com Elmano de Freitas. Nossas pré-candidaturas ao Governo do Ceará carregam um compromisso em comum: Fortalecer o palanque de Lula no estado”, postou, nesta terça-feira.