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25 de abril de 2025

Ciro acusa PT de disseminar fascismo; campanha diz que não revidará ataques

Fontes próximas a Lula afirmaram ao OPINIÃO CE que campanha do ex-presidente não vai dar palco a Ciro Gomes. “É o que ele quer”
Foto: Reprodução/Facebook

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O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, voltou a criticar a estratégia de buscar o “voto útil”, empreendida pela campanha do ex-presidente Lula (PT) para tentar vencer a eleição em primeiro turno. Fontes próximas a Lula afirmaram ao OPINIÃO CE que a campanha do candidato petista não irá responder “às agressões de Ciro Gomes.” “Não vamos dar palco a Ciro Gomes. É o que ele quer.”

O pedetista afirmou que as vertentes fascistas de direita e de esquerda estão querendo, com a estratégia, “aniquilar alternativas.” “[…] há um fascismo de esquerda no Brasil liderado pelo PT. Eles estão querendo simplificar de uma forma absolutamente dramática o debate e querem simplesmente aniquilar alternativas. Isso é uma tragédia para o Brasil.”

Ciro Gomes ainda acusou o petista de ter enviado “tropa de choque” para agredi-lo fisicamente na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). O candidato se referiu ao episódio ocorrido em outubro de 2021, quando manifestantes ligados ao PT jogaram objetos contra ele durante uma manifestação.

Da mesma forma, o ex-governador do Ceará acusou a campanha do PT de mentir sobre a falta de participação dele no segundo turno em 2018. “O gabinete do ódio petista segue espalhando que eu não estava aqui no segundo turno de 2018. Repito: eu estava sim e votei”, disse, sinalizando que não deve se unir ao PT contra Bolsonaro num possível segundo turno destas eleições.

RACHA NO PDT

O pedetista tem sofrido dissidências na campanha pelo tom elevado contra Lula e pela falta de crescimento nas pesquisas de intenção de voto. Na terça-feira, 20, foi divulgada uma carta de mais de 50 políticos e intelectuais da esquerda em países da América Latina que pede que Ciro desista da corrida presidencial em favor de Lula.

Entre os signatários, estão o prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o argentino ativista dos direitos humanos que recebeu o prêmio pela criação do Serviço Paz e Justiça na América Latina, pelo ex-presidente do Equador Rafael Correa, pela senadora colombiana Piedad Córdoba, o ex-chanceler do Paraguai Jorge Lara Castro, entre outros.

“Dirija-se aos seus seguidores e lhes diga que a urgência da luta contra o fascismo não lhes deixa outra opção além de apoiar a candidatura presidencial de Lula”, diz o documento. Segundo a missiva, a “escolha fundamental” no pleito de 2022 não é entre Lula e Bolsonaro, “mas entre o fascismo e a democracia.” O texto aponta que “como homem político e inteligente”, Ciro sabe que não tem chance de “chegar às urnas, muito menos vencer no primeiro turno.”

Do fim de semana pra cá, Caetano Veloso e Dinho Ouro Preto, dois artistas apoiadores do projeto de Ciro, declararam voto em Lula no primeiro turno contra o presidente Jair Bolsonaro. Ex e atuais filiados ao PDT fizeram duas cartas de manifesto contra a candidatura dele e também apontando o ex-presidente como opção mais viável na primeira fase de campanha.

Na segunda-feira, 19, o ex-deputado Haroldo Ferreira (PDT-PR), e vice-presidente da Fundação Leonel Brizola, pediu afastamento das funções no partido por discordar da “campanha odiosa contra o principal candidato de oposição ao regime bolsonarista.”

“De tal forma que Ciro Gomes, seja hoje, dentro do nosso campo político, o principal detrator de Lula, servindo direta ou indiretamente, de linha auxiliar para a candidatura oficial da situação”, diz trecho da carta.

A iniciativa do ex-deputada se junta a outras já noticiadas de ex-pedetistas. Numa carta, brizolistas históricos pediram voto em Lula ainda no primeiro turno e dizem que Ciro tem se afastado do campo progressista desde 2018, quando não recebeu apoio do PDT na campanha presidencial. Em outro texto, signatários citam apoio de Brizola a Lula em 2002 para defender voto no petista.

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