A cidade de São João de Jaguaribe, no interior do Ceará, é considerada a mais perigosa do Brasil em levantamento inédito divulgado nesta terça-feira, 28, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A taxa de mortes entre os anos de 2019 e 2021 no município foi de 224 por 100 mil habitantes. Para ter ideia, a segunda colocada é a cidade de Jacareacanga, no Pará, com taxa média de 199 em igual período. Apesar disso, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informa que a cidade de São João do Jaguaribe apresentou uma redução de 80% no número de homicídios nos cinco primeiros meses de 2022.
No período de janeiro a maio de 2021, foram dez casos. Em 2021 foram 23 mortes.
Além de São João do Jaguaribe, o Ceará tem outros três municípios na lista de 30 cidades mais violentas do País: Guaiúba, Chorozinho e Ibicuitinga. Além disso, o Estado figura como o quarto mais violento do Brasil, atrás, apenas, de Amapá, Bahia e Amazonas. Outro dado alarmante diz respeito à taxa de mortes violentas a cada 100 mil habitantes. A média do Estado é de 37, acima da taxa nacional, de 22,3. Somente em 2021, morreram 3.299 pessoas no Ceará. A SSPDS destaca, porém, que o Estado apresenta uma redução de 4,3% no número de homicídios entre janeiro e maio de 2022. O Ceará saiu de 1.324 para 1.267.
- Guaiúba apresentou redução de 66,7% no número de homicídios em 2022, indo de 12 para quatro casos quando comparados janeiro a maio de 2021 e de 2022.
- Já Ibicuitinga apresentou com redução de 14,3% no número de mortes, indo de sete para seis crimes.
- O município de Chorozinho, por sua vez, apresentou oito casos no período de janeiro a maio de 2021, e dez casos em igual período de 2022.
Pesquisa
De acordo com a pesquisa, 30 municípios brasileiros registraram média móvel superior a 100 homicídios para cada 100 mil habitantes entre os anos de 2019 e 2021. No último ano, o País teve o menor número de homicídios dos últimos dez anos. A taxa de assassinatos, porém, ainda é de 130 por dia. De acordo com o diretor-presidente do Fórum, o sociólogo Renato Sérgio de Lima, a dinâmica dos locais tem semelhanças com a dos territórios controlados pela milícia no Rio de Janeiro e em cidades próximas.
Ainda de acordo com Lima, o levantamento compilou informações dos quase 5,5 mil municípios brasileiros. Como exceção, estão apenas as cidades do interior do Estado de Goiás, cujo governo compartilhou apenas os dados específicos da capital, Goiânia.