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20 de abril de 2025

Cid sai em defesa de Sarto e reafirma desejo de permanecer no PDT

O senador afirmou que acatará a indicação do partido para 2024, seja qual for o nome escolhido para a candidatura à Prefeitura de Fortaleza
Foto: Divulgação

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O senador Cid Gomes (PDT) amenizou o tom e fez acenos ao seu partido e ao prefeito de Fortaleza José Sarto (PDT). Cid, que em outras ocasiões não poupou críticas ao gestor municipal, saiu em defesa de Sarto em relação à Taxa do Lixo e reafirmou o seu desejo de permanecer no PDT, a despeito das divergências e crises internas.

A declaração foi dada durante o programa Conexão Assembleia, da rádio FM Assembleia (96,7MHz), nesta segunda-feira, 8. À jornalista Kézya Diniz, o senador descartou qualquer possibilidade de sair da legenda e afirmou que acatará a indicação do partido para 2024, seja qual for o nome escolhido para a candidatura à Prefeitura de Fortaleza. Cid, todavia, avalia ser cedo para qualquer leitura do cenário, uma vez que possíveis candidaturas, segundo ele, podem ser fragilizadas com o surgimento de novos nomes.

Até o momento, o prefeito José Sarto é o postulante do partido para o próximo pleito na capital cearense. Enquanto isso, Cid considera que o prefeito errou em não apoiar Camilo Santana (PT) para o Senado e acredita que o gestor deveria buscar uma boa relação com o governador Elmano de Freitas (PT).

“Acho que o foco do Sarto nesse momento não deve ser na reeleição, e sim na administração. Roberto Cláudio é independente, pode conduzir essa relação da forma que achar melhor. Mas Sarto não deveria seguir nessa estratégia. É contraproducente. Falo com um incomodo grande, pois gosto muito do Sarto e sei que Fortaleza não ganha nada com isso”, avaliou.

Na ocasião, Cid Gomes aproveitou para reiterar que a Taxa do Lixo é uma exigência do novo marco legal do saneamento. “Se o Sarto não cobrasse essa taxa, poderia ser acusado de improbidade administrativa. Sarto não deve ser criticado por isso, pois é uma imposição e necessidade. Que se discuta sobre o valor, mas a taxa é necessária”, justificou.

Hoje, figuras centrais do PDT divergem sobre uma possível aliança entre as duas siglas nas eleições municipais. O partido está dividido em dois grupos: do que apoia o governo Elmano de Freitas e de um núcleo mais ligado ao ex-prefeito Roberto Cláudio, que preside o diretório municipal do PDT em Fortaleza. Indagado sobre declarações recentes do ex-prefeito acerca de serem “remotas” as possibilidades de uma nova aliança entre os dois partidos, o senador Cid Gomes (PDT) disparou: “Papai dizia que a gente tende a prognosticar aquilo que a gente deseja. Talvez seja isso que ele queira”.

A declaração foi feita ao OPINIÃO CE, no sábado, 6, em Quixeramobim.

Em entrevista ao colunista Roberto Moreira, o senador voltou a afirmar ser “zero” a possibilidade de deixar o PDT e disse que pretende se candidatar, na próxima definição do diretório estadual do partido, à presidência da sigla, hoje ocupada pelo deputado federal André Figueiredo. Na avaliação de Cid, ele representa “o sentimento majoritário” do PDT.

“Vamos ter um momento em que o diretório do PDT será renovado. Todo dia, fica gente plantando futrica de que eu vou sair do PDT. Eu não tenho a menor intenção de sair do PDT, é zero a possibilidade de sair, estou na liderança do PDT no Senado, entusiasmado. Tenho conversado com o presidente [licenciado] Lupi com frequência”, disse.

Na sexta-feira, 5, também em entrevista ao OPINIÃO CE, André Figueiredo demonstrou irritação ao ser questionado sobre a suposta crise. “Não existe nada disso! Tá tudo pacificado. Tem um grupo no partido que entende que a derrota na eleição do ano passado nos coloca na oposição e outro que já estava apoiando o Elmano e o Camilo (Santana) na campanha, e outros que aderiram depois e o partido liberou”, pontuou. André também afirmou manter conversas com o senador Cid Gomes, com o deputado Evandro Leitão e com o governador Elmano de Freitas. Está tudo administrado, ele garante.

CENÁRIO NACIONAL 

Sobre o cenário em Brasília, o senador disse em entrevista que se sente “à vontade” na base aliada do governo petista e destacou que isso não o impede de fazer observações e apontar equívocos, sempre com o objetivo de colaborar.

Ele considerou ainda prejudicial a atual relação entre o Poder Executivo e o Legislativo Federal. “Acredito que desde Fernando Henrique há uma relação entre Poder Executivo e Legislativo que não traz benefícios para o País. Não importa quem esteja à frente da Câmara, essa pessoa irá alterar a constituição e usar de sua força para anular o presidencialismo. A responsabilidade de governar é do presidente, mas atualmente o poder é do Parlamento”, observou.

O senador lembrou que em cerca de quatro meses de governo Lula, a Câmara aprovou um decreto que anula uma decisão do Executivo. “É um confronto aberto do núcleo central. Ou se procura mudar essa relação ou não fará diferença se o presidente é o Bolsonaro ou Lula. O pacto de governabilidade e relação entre os poderes precisa ser modificado”, analisou.

 

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