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19 de janeiro de 2025

Cid Gomes: “o café já está chegando frio ao gabinete de Bolsonaro”

A CPI da Covid exibiu ao mundo um presidente que jogou contra a salvação de vidas.
Senador Cid Gomes saí vitorioso , no mesmo dia, na Justiça Comum e na Eleitoral. Foto: Divulgação

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O governo do presidente Bolsonaro sinaliza estar chegando ao fim 14 meses antes da data final, em 31 de dezembro de 2022. A cada dia uma crise, uma notícia ruim, momentos difíceis. Afogado em problemas, o radar não aponta para um futuro positivo e parece ser muito difícil a tentativa de reeleição. 

Dificuldades no Congresso Nacional para reformas da Constituição, projetos suspeitos de ilegalidade. No Supremo Tribunal Federal (STF), derrotas seguidas e trocas de mal humor com ministros da corte. No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), julgamentos de processos da eleição de 2018 sobre denúncia de campanha feita com fake news, impulsionadas com dinheiro do mundo “subterrâneo”, saído do bolso de empresários de extrema direita.

A CPI da Covid exibiu ao mundo um presidente que jogou contra a salvação de vidas, desencorajando a vacina e tratamentos recomendados pela ciência.

Além de em Brasília, Bolsonaro sofre com a oposição de governadores e, no fogo amigo, o Ministério da Economia decidiu por uma governança para agradar a Bolsa de Valores e as empresas que atuam no mercado da especulação. Todos os produtos básicos, como alimentos, ficaram até 300% mais caros. Os combustíveis estão em patamares insuportáveis, onde o botijão de gás chegou aos R$ 120  e a gasolina comum custa, em média, R$ 7. O brasileiro reduziu em 50% o consumo de proteínas (carne, frango e peixe) e saboreia embutidos, mais acessíveis, embora também com preço duas vezes maior.

Os brasileiros pagam essas altas com o salário reajustado em 3%, irrelevante se comparado à elevação dos preços. A revolta é geral. A saúde financeira é preocupação para 44% dos brasileiros. A falta de dinheiro atormenta outros 32%, segundo pesquisa da Univerdade de São Paulo.

Um dos brasileiros mais odiados no momento é o ministro Paulo Guedes, que prometeu vida melhor com botijão de gás a R$ 40, energia de graça para os pobres e bem mais barata para o setor produtivo. Hoje, no Brasil, se paga pelo gás e energia mais caros do planeta. Além do arroz com feijão com preços nas alturas, os remédios estão “pela hora da morte”, como se diz no linguajar popular.

Pelos sertões do Ceará…

Em diálogo com lideranças em Crateús, nos Inhamuns do Ceará, região castigada pela seca do semiárido, Cid Gomes disse que Bolsonaro é ó “Satanás”, após mostrar o lado cruel, na sua visão, do atual mandatário brasileiro. Cid foi enumerando o que chama de maldades contra a população para enriquecer especuladores, sem precisar de muito esforço. Falou da economia administrada de forma desastrosa, liberando “total”, sem ter um assessor que negocie saídas para manter vivo o poder aquisitivo da população.

“O lombo do povo não aguenta”, atacou o senador Cid, que lidera o PDT no Congresso Nacional. Ele arrebatou dizendo que Bolsonaro está “escada abaixo e até o cafezinho está chegando frio em seu gabinete”, usando jargão popular para fim de governo melancólico.

É sintomática e perceptiva a busca por parte dos médios e grandes partidos de centro e centro direita por candidatos para substituir Bolsonaro no Palácio do Planalto. “O Bolsonaro está derretendo rápido, como sorvete no sol de Sobral”, disse Ciro Gomes, presidenciável que está de braços abertos para receber os partidos de centro.

Outro pré-candidato, o ex-presidente Lula afirmou que o Brasil tem “um desgoverno, comprometido com a Bolsa e não com o bolso do trabalhador”. Mais à direita, Joao Dória disse que o Brasil assiste o pior; um presidente que “desgoverna”.

Bolsonaro parece ter decepcionado os conservadores e a direita. Ainda tem seguidores, mas aos poucos estão mudando o foco. Bolsonaro passou, perdeu a oportunidade de ser o grande comandante.

A ausência do presidente a Conferência do Clima, a COP 26, sinaliza claramente a confissão de crimes ambientais na Amazônia e no Pantanal. A Amazônia virou uma grande queimada, um churrasco na era Bolsonaro. Ao optar por fugir da Cop 26, o Brasil perdeu seu lugar no mundo.

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