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8 de fevereiro de 2025

Cid deve se reunir com Lula nesta semana para definir rumo em meio a imbróglio com o PDT

Ex-governador Cid Gomes pode viver os seus últimos dias no PDT, chegando ao fim a extensa disputa política dentro do Diretório do partido no Ceará; ao OPINIÃO CE, o parlamentar afirmou que a decisão para o novo partido do seu grupo de aliados será coletiva
Campanha eleitoral de 2022; Cid Gomes ao lado de Camilo Santana, ministro da Educação e maior liderança petista hoje no Ceará. Foto: Reprodução

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O senador Cid Gomes (PDT), líder de uma das duas alas que disputam atualmente o poder político no PDT Ceará, deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima quarta-feira (22). Na última semana, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), disse que o presidente Lula pediu para Cid fosse convidado a se filiar ao PT. Nesta segunda (20), o senador se reuniu novamente com outras lideranças pedetistas. Ao OPINIÃO CE, Cid comentou que a “decisão será coletiva”.

Em meio ao cenário de disputa interna dentro do PDT Ceará, Cid lidera grupo que reúne a maioria dos deputados eleitos pela legenda. Na Assembleia Legislativa, apenas três deputados não apoiam o senador. Já na Câmara dos Deputados, são quatro de um total de cinco os parlamentares “cidistas”. Na última semana, em reunião dos aliados do senador, 43 prefeitos – de um total de 46 presentes – sinalizaram para a desfiliação do PDTCom o resultado, o partido perde o posto de sigla com o maior número de Prefeituras no Ceará.

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ENTENDA O CONTEXTO

Para compreender a disputa política dentro do PDT, é necessário voltar para as eleições de 2022 no Ceará. Para o pleito, havia um acordo entre PT e PDT para que o candidato pedetista fosse a então governadora Izolda Cela (hoje, sem partido). No entanto, a Executiva estadual decidiu pela nomeação do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT). A deliberação gerou intrigas dentre os correligionários, que se dividiram entre os que apoiavam ou não a decisão pedetista.

De um lado, os aliados de Cid desaprovaram a candidatura. De um outro, liderado pelo presidente em exercício do PDT nacional, o deputado federal André Figueiredo (PDT), e com aval do ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes, o grupo minoritário da sigla no Estado acredita que a decisão foi correta. Desde então, vários capítulos sumarizam tal confronto pelo poder no Ceará.

Em julho, Cid e Figueiredo firmaram acordo para que o senador assumisse a presidência do partido no Estado – à época presidido também por Figueiredo. O trato previa que o ex-governador continuaria à frente do Diretório Cearense da legenda até o final deste ano, no dia 31 de agosto. No entanto, no início de outubro, Figueiredo e a Executiva nacional decidiram pela destituição de Cid. A partir de tal ocorrido, foram realizadas reuniões de Diretório, votações para a nova mesa diretora do partido no Ceará e encontros da Executiva nacional. Cada capítulo foi seguido de judicializações das deliberações.

Atualmente, a decisão da Justiça afirma que Cid continua na presidência do partido no Ceará, mas conforme pontuam aliados do senador, o cenário para sua permanência parece cada vez mais difícil.

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